Foto: Marcos Santos/USP imagens

A era digital veio para  facilitar a vida das pessoas. Basta um clique, a qualquer hora, e o conhecimento e a informação circulam numa velocidade quase que astronômica. Difícil conseguir imaginar a rotina sem o acesso às tecnologias. O brasil é um dos países mais conectados do mundo. Por aqui, existem mais aparelhos celulares do que habitantes, por exemplo. A cada 100 pessoas, são 104 linhas ativas, segundo as companhias telefônicas que operam no país. Diante de tanta informação, comodidade, o que deveria facilitar a vida da população, também pode ser usado contra ela.

Divulgar notícias falsas ou caluniosas contra uma pessoa na internet, ganhou uma nova nomenclatura. As chamadas “fake news”, podem se enquadrar em diversos artigos do Código Penal, em crimes contra a honra de quem se sentir alvo. Uma indústria de fabricação de falsas notícias é alvo de investigação em todo o país. Redes de computadores são utilizadas para criar e replicar conteúdos falsos, a fim de promover ou prejudicar políticos, por exemplo.

Para quem trabalha com a checagem de informações, o desafio é conseguir mostrar à sociedade que somente a verdade é capaz de produzir a democracia. Os efeitos das notícias falsas ainda precisam ser dimensionados diante de um quadro eleitoral, mas, já se sabe muito bem que quem chega ao poder se utilizando de artefatos duvidosos, pode ter que arcar com isso durante a gestão. O imediatismo na busca de informações pode ser a matriz do problema. A era digital tem afastado as pessoas das relações analógicas, e o processo de comunicação entre elas, fica comprometido por causa da falta de clareza dos papeis desses atores sociais.

Se as fake news interferiram ou não no resultado das eleições deste ano, só o tempo vai dizer. Casos concretos exemplificam que o eleitor se deixou levar pelo compartilhamento de informações, à primeira vista. Somente a efetiva criação do hábito de checagem das informações pode se aliar ao processo de construção da democracia.

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