O turismo é uma das atividades econômicas mais rentáveis e certeiras de uma cidade, um estado e um país. Hoje, no Brasil, ele representa uma parcela considerável dos investimentos: cerca de 7,9% do Produto Interno Bruto. Sabendo disso, e tendo visto a olho nu como o turismo é a fonte de desenvolvimento de grande parte dos estados brasileiros, me pergunto: o que falta para o poder público direcionar recursos para o setor aqui em Roraima?

Seria uma saída viável para gargalos antigos nas cidades, inclusive os de infraestrutura. O turismo não gera só empregos diretos. Se aumentarmos o fluxo nas cidades, precisaremos não somente de mais hotéis, mas sim, restaurantes, bares, estradas, hospitais, clínicas, quiosques, lojas, artesanato, táxis, receptivos, enfim, seriam ganhos incalculáveis para o desenvolvimento da nossa região. O Turismo injetou US$ 163 bilhões no Brasil, ano passado. Quanto disso chegou aqui?

Mas, o que esperar de municípios e de um estado onde o turismo não é colocado em primeiro plano? Onde não existe secretaria específica ou autarquia de fomento ao segmento? Onde o assunto é tratado como coadjuvante, e fica esquecido em gabinetes do segundo escalão.

Esta semana foi divulgado o saldo imediato para o turismo em Roraima em 2018: 80 contratações. Definitivamente este não é um número significativo. Com as belezas naturais que temos, o turismo poderia e deveria ser um dos maiores vieses econômicos de desenvolvimento de Roraima.

Não participamos de feiras relevantes, não vendemos nosso destino em outros estados e países, muito menos temos um trabalho eficiente por parte do poder público para divulgar o que temos de melhor lá fora. Se este ano foram contratadas apenas 80 pessoas para trabalhar com o turismo em Roraima, esse número poderia ser infinitamente maior se os representantes do Executivo enxergassem o impacto que essa atividade econômica causa.

O Tepequém não é de conhecimento sequer dos nossos vizinhos amazonenses, que passam por aqui sempre em um único sentido – a Venezuela. Nossos parques aquáticos, o lago Caracaranã, a Serra Grande, o Lago do Robertinho, nossos roteiros ecológicos, nossa capital com belezas e recursos históricos incalculáveis, grandes festivais folclóricos… tudo é deixado de lado, por quem acha que turismo só é bom pra quem viaja, e não pra quem acolhe.

Enquanto isso, nossa gente que sabe receber bem quem vem de fora e o nosso comércio que se esforça para se manter de pé, amargam a dependência daquilo que os governantes acreditam ser prioridade: flores nos canteiros das cidades. Me espanta inclusive saber que temos até governantes formados em turismo que não conhecem sequer superficialmente o poder do setor, e que de forma relapsa não querem ver Roraima se desenvolver.

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