Situação da paciente é bastante grave. Foto: Arquivo pessoal

A venezuelana Alba Yuleinny Araújo Garcia, 27 anos, deu entrada no dia 20 de dezembro no Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth, com uma ferida no peito, que surgiu por conta do leite que empedrou. Passados oito dias, o problema se agrava e a mulher ainda não recebeu atendimento por um especialista em mama.

Alba tem uma filha de um mês e o esposo é caseiro em um sítio localizado em Rorainópolis, ao sul do Estado e distante 298 quilômetros de Boa Vista, capital de Roraima. A patroa da venezuelana, Priscila de Souza Silva, contou ao Roraima 1, que a mulher comentou que o peito estava duro e não saia leite.

“Eu e meu marido fomos para Rorainópolis. Alba é mãe de primeira viagem. Eu falei para ela que o leite havia empedrado por causa da permanência de leite no peito durante um tempo prolongado. Ela tinha que ter amamentado a criança”, ressaltou Priscila, dizendo que, para ajudar fez massagem para facilitar a saída do leite. “Até aí tudo parecia que estava bem”, comentou.

Segundo Priscila, depois de quatro dias, recebeu ligação de Alba dizendo que apareceu uma bolha debaixo do seio. “O peito dela abriu. Fiquei preocupada e trouxemos para a maternidade aqui em Boa Vista. Aí começou nossa peregrinação por atendimento médico”, disse.

“Quando chegamos na maternidade Nossa Senhora de Nazareth, um médico olhou a situação no seio da Alba e disse que ia solicitar um especialista na área de mama. Não solicitou coisa alguma”, afirmou Priscila.

Foi então que Priscila decidiu ir na administração da Coopebras (Cooperativa Brasileira de Serviços Múltiplos de Saúde), que administra serviços de saúde no Governo, e disseram que iam solicitar um médico especialista. “Mas me informaram que, por ser uma quinta-feira [20] e logo teria o feriadão de Natal, talvez não conseguissem o tal médico. E não conseguiram mesmo”, contou.

Ela relatou ainda que ontem, quarta-feira (26), pela manhã, voltou a maternidade e foi até a direção da unidade de saúde, que não sabia que estavam precisando de um médico. “Que desorganização”, ressaltou Priscila. “Falei o que se passava e ficaram de entrar em contato com médico extra para fazer o atendimento à Alba”.

Priscila disse também que uma médica de plantão passou mais antibióticos. “Essa médica disse que foi solicitado um cirurgião plástico que, junto com médico especialista em mama, vão decidir o que será feito. Estamos aguardando e minha maior preocupação é de Alba contrair uma bactéria”, finalizou.

Governo – Em nota, a Sesau (Secretaria Estadual de Saúde) informa que a paciente foi internada há pouco mais de um mês no HMI (Hospital Materno Infantil), onde deu à luz a uma criança. Ela recebeu alta após o parto e trinta dias depois, retornou à Unidade com um quadro de mastite necrotizante avançada. A mastite é uma inflamação das glândulas mamárias que acomete uma em cada dez mulheres que amamentam em todo o mundo, de acordo com dados do CDC (Centro de Controle de Doenças), dos Estados Unidos.

Ela está recebendo todo o atendimento necessário, para nesse primeiro momento combater a infecção, que ainda está em atividade.

Já foi solicitado o atendimento pelo mastologista para posteriormente verificar a possibilidade de reconstrução da mama, mas como foi dito, a prioridade no atendimento é o combate à infecção na mama da paciente.

A Maternidade lamente a forma deturpada com que as informações são compartilhadas em redes sociais e grupos de mensagens, o que é feito de forma a tentar denegrir o trabalho de profissionais empenhados em atender com responsabilidade todas as pacientes que dão entrada no HMI. Tais informações não ajudam no tratamento e ainda contribuem para fragilizar o quadro de saúde psicológica de uma paciente que está num momento difícil, mas recebendo toda a atenção necessária para o tratamento da infecção a que foi acometida.

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