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O dia da Páscoa teve diferentes significados em diversas culturas e crenças ao redor do mundo. Aqui no ocidente, de um lado podemos ver estampados em vários cantos os carismáticos coelhos, ovos coloridos, chocolates e embrulhos brilhantes de todas as cores. Do outro, vemos a espiritualidade e devoção dos fiéis seguidores de um homem humilde que trouxe um legado para a vida de 2,18 bilhões de pessoas. Mas sua história já vem de muitos séculos atrás.

Na Grécia Antiga, a palavra Páscoa é encontrada no termo Paska que significa “alimento” e é relacionada ao fim do jejum da Quaresma. Na data, antigos povos pagãos como os Celtas, Egípcios e Fenícios celebravam o início da primavera e o fim do inverno.

A origem religiosa da palavra vem do hebraico Pesah que significa “passagem”. Na época era celebrada uma festa primaveril em que se ofereciam cevada e os primogênitos do rebanho à Divindade. Ao decorrer dos anos a Páscoa recebeu um novo significado: A passagem da escravidão do Egito à liberdade, ao lado de Moisés, como explica o padre Feliciano Arrastia Martinez.

“A páscoa simboliza também a passagem, como foi a travessia do povo hebreu, e significa mudança. O povo de Israel saiu das garras da escravidão dos faraós para o próprio colo de Deus. A mudança é para nós, porque temos, podemos e devemos mudar algumas coisas na nossa vida”.

DIAS SANTOS

Os dias que antecedem a Páscoa relembram a crucificação, enquanto a Páscoa celebra a ressurreição de Jesus Cristo. A Quaresma, que são os 40 dias antes da data é marcada pelo sacrifício e purificação. “É a época em que nos unimos e fazemos uma preparação. Quando acaba esse período, começa a semana santa”, conta o padre.

O Domingo de Ramos, relembra a chegada de Cristo à Jerusalém. Padre Feliciano pontua a data como “o dia Cristo triunfante em Jerusalém, como filho de Davi. E em sinal de humildade, montado em um jumentinho”.

No final da semana santa, são os dias conhecidos como o grande tríduo santo, como dizia santo agostinho. “Acontece na quinta-feira, sexta-feira e sábado, antecedendo o domingo da Páscoa. A quinta é o dia da benção dos óleos, o lava pés e temos a instituição pela eucaristia, a instituição do sacerdócio… e tudo isso é o que Jesus fez na quinta-feira santa. Na sexta-feira santa é o dia morto, do Cristo morto. Não tem sacramento, batizado, casamento, nada. Mas tem uma comunhão. Uma cerimônia em que o padre distribui as hóstias, mas que não é uma missa”. O sábado que antecede a ressurreição é dia do silêncio.

Para Padre Feliciano, o mais importantes da data a reflexão. “O próprio apóstolo Paulo disse que aquele que é santo que se torne cada dia mais santo. Que não se acomode. Então a Páscoa também é isso: olhar para o próprio coração e pensar o que pode te fazer se tornar melhor”.

SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO

O aconselhamento de não comer carne vermelha é mais um dos símbolos do cristianismo, como explica um pouco padre Feliciano. “Não comer a carne é uma demonstração do sacrifício. Não é simplesmente dizer ‘que não coma carne’ quando a única coisa que a pessoa tem para se alimentar é exatamente isso – ou caso ela esteja doente e precise do alimento. É uma expiação, como algumas pessoas fazem ao não comer chocolate durante a quaresma. São pequenas coisas que nos purificam e nos fazem nos aproximar de Deus”.

COELHOS E REFERÊNCIAS

Muitas pessoas se perguntam o que um coelho poderia ter a ver com toda essa história. Desde muitos séculos atrás, o coelho é associado como símbolo de sorte em diversas culturas. O termo Páscoa em inglês, Easter, está ligada ao culto da deusa da fertilidade da mitologia nórdica e germânica. E especula-se que foi com isso que começaram a relacionar os coelhos.

O mamífero é famoso pela sua fertilidade, por dar vida sempre à muitos filhotes. Tanto para o cristianismo quanto para as outras religiões, a data é relacionada a uma vida nova. E com isso, também é relacionado os ovos, que também simbolizam a vida.

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