Como tudo é feito na base da falta de transparência na Prefeitura de Boa Vista, é bom que os órgãos fiscalizadores estejam de olho nas obras milionários do Parque do Rio Branco, que pretende transformar a antiga área do Beiral, que abrange o Centro e o bairro Calungá, na Zona Sul da Capital. Serão investidos cerca de R$70 milhões, cuja primeira fase da obra está orçada em R$46 milhões.

No Diário Oficial do Município e no site da Prefeitura de Boa Vista não é possível pesquisar muito sobre o andamento dessas obras, como é de praxe, além do florido peculiar que é dado às obras municipais. Mas, ao fazer uma busca rápida sobre o assunto na Justiça, a grande surpresa: já existem ações judiciais questionando o andamento do processo de licitação, mais precisamente dois mandados de segurança questionando a decisão municipal em relação a uma das obras da nova orla.

Pelo que afirmam os processos, a Prefeitura tenta contratar um consórcio de empresas mesmo que ele tenha apresentado um preço maior para realizar as obras. O caso desenrola na esfera judicial e serve para reforçar o que eu já venho afirmando, neste espaço sobre a falta de transparência nas obras milionárias que vêm sendo realizada pela prefeita de Boa Vista.

Não bastasse o caso das obras de mobilidade urbana, que também foi parar na Justiça, agora surge mais este para lembrar ao contribuinte boa-vistense que urgente a necessidade de fiscalizar como os recursos públicos vêm sendo aplicados, pois, afinal, temos a Lava Jato como exemplo da institucionalização da corrupção no país, em que os políticos se apoderam do bem público para se locupletar dele.

Não podemos mais tolerar, em qualquer nível de governo, que os desmandos sejam encobertos pela intransparência da ação de gestores públicos. O país foi às urnas, nas últimas eleições, com o discurso de dar um basta na corrupção encravada no meio politico, por isso é necessário que o cidadão esteja atento à aplicação de recursos por meio de obras sobre as quais as informações são ocultadas da opinião pública.

Inadmissível que a falta de transparência continue predominando no meio político como hábito de uma administração pública. E como iremos ter eleições municipais no próximo ano, o momento é oportuno para que cada eleitor comece a cobrar que os vereadores cumpram com o seu papel de fiscal também. O momento de mostrar serviço em favor da coletividade é agora, exigindo que nossos impostos sejam bem aplicados e não sirvam para manter antigos esquemas.
*Colunista, idealizador do site www.roraimadefato.com.br

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