Somente após instalar a "indústria da multa", no Centro Cívico, Prefeitura mandou instalar sinalização no local

Depois de arrochar na multa de trânsito na Praça do Centro Cívico e engordar os cofres municipais, somente agora a prefeita Teresa Surita (MDB) mandou sinalizar aquele local de grande concentração de veículos, seja porque ali estão abrigadas as sedes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, seja porque é o mais tradicional ponto de grandes manifestações públicas. A ordem é multar em dias de manifestações e apreender os veículos cujos donos não estivessem na hora das abordagens.

É desta forma que a administração municipal atua na “indústria da multa”, ação veementemente negada pela própria prefeita, que se enfeza ao ser criticada por isso. Não habituada a ouvir o munícipe, ela toma as decisões por sua própria conta e não quer ser contestada por isso. Na questão do trânsito, Teresa sabia que as multas iriam encher os cofres públicos e o bolso da empresa responsável pelos “pardais”, por isso não houve uma campanha educativa nem de alerta antes de implantar o monitoramento eletrônico.

Também quis implantar, sem ouvir a população, os estacionamentos pagos no Centro de Boa Vista, chamados de Zona Azul. E por não fazer o dever de casa, permitiu que a Justiça concedesse uma liminar que suspende a implantação do projeto, que também iria encher o bolso de uma empresa contratada pela Prefeitura. Teresa fica irada quando ouve alguém comentar que ela não ouviu moradores e empresários que irão se atingidos pela medida.

A prefeita gastou mais de R$60 milhões, oriundos de um empréstimo concedido pela Caixa Econômica Federal para serem aplicados em um projeto de mobilidade urbana, sem ouvir a sociedade e sem se preocupar em investir realmente em mobilidade. E faz jogo duro para não prestar informações sobre onde e como gastou toda essa dinheirama na cidade.

Achando que tem o aval para agir da forma que quiser, atua sem respeitar sua base aliada na Câmara, inclusive anda dizendo aos seus mais próximos que quer ver longe qualquer vereador que vá ao seu gabinete pedir algo. E assim Teresa vai agindo como se tudo pudesse, sem dar atenção à opinião pública.

A política do “arrocha na multa” é apenas uma dessas ações que permitiu implantar, na Capital, a indústria da multa sem se preocupar com campanhas educativas. A “bola” da Praça do Centro Cívico tornou-se outro exemplo de multar primeiro para depois sinalizar. Como se trata de um local de protestos e mobilizações, a multa tornou-se uma forma de inibir a concentração de pessoas.

A propósito, se você trabalha nas imediações ou participou de alguma concentração pública no Centro, com certeza seu veículo foi multado nos últimos meses. A conta vai chegar na hora de renovar a documentação no Departamento Estadual de Trânsito (Detran). É só aguardar…

*Colunista, idealizador do site www.roraimadefato.com.br

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