Moradores fazem o que podem para que não fiquem isolados em Uiramutã (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Se há algo certo a ocorrer no inverno roraimense é o isolamento parcial ou completo de regiões no Município de Uiramutã, a Nordeste do Estado. Completamente isolado em uma região de serras, esse lugar historicamente sofre com a incompetência governamental por falta de uma ação planejada para se antecipar aos problemas que as chuvas torrenciais causam anualmente. A população, formada em sua maioria por comunidades indígenas, come o pão que o diabo amassou a cada período chuvoso.

Mas a população não pode mais aceitar as velhas desculpas repetidas por seguidos governos, alegando início de gestão e falta de recursos, pois quando há competência e vontade política, é possível se mobilizar a tempo de buscar auxílio do Exército e outras parcerias para amenizar os problemas. Em vez disso, o governador Antonio Denarium (PSL) optou por ficar viajando para outros estados a fim de visitar grandes produtores ou manda buscar empresários de fora para mostrar as belezas e a potencialidade de um Estado que não tem estrada decente para escoar produção, energia confiável para garantir estabilidade nos negócios nem documento das propriedades rurais.

Problema igual ocorreu no período da seca, quando o governo fechou os olhos para o avanço das queimadas, não dando a mínima importância para os grandes prejuízos sofridos principalmente por pequenos proprietários nos municípios anualmente atingidos pelos incêndios, a exemplo do Amajari, Norte do Estado, que abriga o maior polo turístico do Estado, a Serra do Tepequém, que ardeu em fogo nos primeiros meses do ano, provocando danos irrecuperáveis para o meio ambiente e prejuízos incalculáveis para empreendedores turísticos que já vivem sem apoio governamental qualquer.

Hoje, Uiramutã enfrenta todas as consequências da imobilidade governamental em várias frentes, como queimadas, alagamentos, estradas intrafegáveis, doenças sazonais (a exemplo de uma severa virose que acomete moradores e quem por lá passa) e educação precária, outro setor que padece com a incompetência política e administrativa do governo. Até hoje, escolas indígenas e das zonas rurais de todos os municípios sofrem com falta de professores, de merenda escolar e material didático, além de estruturas precárias que prejudicam o processo de ensino/aprendizagem.

Enquanto isso, o que o eleitor que votou nesse governo quer saber é quando essa administração vai acordar para a realidade, pois o que vem sendo mostrado até aqui são institucionais enaltecendo reinício ou inauguração de obras de governos anteriores, ou promessa de inauguração de obras deixados por antecessores, a exemplo de um anexo do Hospital Geral de Roraima (HGR). À espera de ações, a população fica com a realidade de um Estado se esfacelando na insegurança, numa saúde precária, educação caótica e a imigração desordenada piorando o que já vinha ruim. Já passou da hora desse governo começar a mostrar a que veio.

*Colunista, idealizador do site www.roraimadefato.com.br

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