Foto: Luis Acosta/France-Press

Não ficou bem claro o que ficou decidido durante o IV Encontro Técnico Internacional do Processo de Quito, realizado na Argentina, nos dias 4 e 5 de julho, quando representantes governamentais de 14 países da América Latina e do Caribe discutiram a possibilidade de ajudar os governos do Brasil e da Colômbia na recepção de venezuelanos que fogem da miséria absoluta em seus países. Porém, sabemos que a ideia de outros países ajudarem a acolher esses imigrantes é uma boa alternativa para o Estado de Roraima.

Mas há um grande porém: o governo brasileiro tem se mostrado um desastre quando se trata de política externa, com o presidente Jair Bolsonaro que não passa somente a imagem de um ultradireitista atrapalhado em suas viagens, mas principalmente de um mentecapto sem habilidade para se colocar como um líder de uma grande nação da América do Sul. Difícil acreditar que ele terá condições de abraçar uma ideia de chamar os demais países para ajudar a acolher os venezuelanos.

Nem a lição de casa Bolsonaro tem feito. As ações de interiorização dos imigrantes para outros estados brasileiros são tão ineficientes quanto sua habilidade política mostrada no Congresso Nacional. Enquanto ele tenta aprender a ser presidente de uma grande nação, Roraima paga o preço muito caro por esse incompetência política.

A bancada federal de Roraima, que até agora mostrou-se inábil para as grandes causas, poderia abraçar a ideia discutida em Quito e tomá-la como prioridade para fazer com que o governo Bolsonaro faça gestão a fim de convocar a América Latina a ajudar o Brasil e a Colômbia a dar dignidade aos venezuelanos, vítima da criminosa administração de Nicolás Maduro. Roraima não consegue mais fazer além do que está sendo realizado há muito sacrifício de todos, população e instituições.

Já que Bolsonaro revela-se inepto para liderar uma política externa, quem sabe a bancada federal, em Brasília, consiga aliados junto às grandes bancadas a fim de orientar o governo brasileiro a buscar essa alternativa internacional para acolher o maior número de venezuelanos possíveis. A responsabilidade por ajudar os venezuelanos não é somente do povo de Roraima, mas de todo o Brasil. O Estado não suportará essa realidade se não houver essa mobilização.

*Colunista, idealizador do site www.roraimadefato.com.br

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