Será necessário muito mais do que chorar a crise que Roraima enfrenta, ampliada pela chegada em massa de venezuelanos pela fronteira norte do país, a fim de arrancar mais recursos federais, como querem alguns políticos locais. Mesmo que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) revele-se um inepto para conduzir crises, os que realmente administram as questões no Governo Federal querem que o Estado comprove em fatos e em números como está gastando os recursos e administrando o bem público.

Afinal, o governo Antonio Denarium (PSL) se elegeu na onda bolsonarista alegando que não faltavam recursos, e sim administração, prometendo recuperar o Estado e reconduzi-lo ao trilho do desenvolvimento. Colocado antecipadamente no governo por meio de uma intervenção federal, ainda no governo Michel Temer (MDB), Denarium não só tem deixado a desejar como está adotando o mesmo discurso de seus antecessores, que culpam a administração passada pelo caos.

Teria sido uma tragédia sem precedentes o Governo Federal ter repassado a dinheirama reivindicada pela então governadora Suely Campos (PP) como forma de compensação pelos gastos com a imigração desordenada, sabendo que aquele governo havia se tornado um sumidouro de recursos públicos, conforme as denúncias da época e as operações policiais deflagradas no apagar das luzes daquela administração (a pior de todos os tempos).

Mais de seis meses se passaram do fim daquele governo e início do atual, e tudo indica que o governo Denarium patina feio em sua forma de administrar, em seguido troca-troca de secretários e em uma fragilidade impressionante em não conseguir ser austero para fazer a máquina funcionar sem as amarras do passado, a exemplo da saúde pública, onde há um consenso inquestionável de que a corrupção é o grande mal.

Com essa forma pusilânime de agir, essa administração sente qualquer mal humor e mostra fraquezas imperdoáveis. É por isso que não vai mais adiantar ficar alarmando a crise, pedindo mais recursos federais, sem comprovar como está conduzindo os recursos e o bem público de uma forma geral. O fato de ser do mesmo partido do presidente não é mais a principal credencial. Esse governo terá que fazer além dessa maneira quase franciscana de agir, como se estivesse em um seminário para padres.

Ou esse governo sai de sua mesmice da fraqueza, propondo um pacto que fuja de seus acordos de dos interesses de seu grupinho, ou o Estado de Roraima irá pagar um preço muito mais caro do que já estamos pagando. No fundo do poço já estávamos. Agora é hora de colocar em prática tudo aquilo que foi proposto na garganta durante a campanha eleitoral e no programa de governo registrado na Justiça Eleitoral. Não haverá mais como fugir disso. Ou será devorado.

*Colunista, idealizador do site www.roraimadefato.com.br

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