Apesar de todas as maravilhas que a internet proporciona para a humanidade, ela possibilitou que os imbecis descobrissem que eles não estão sós. Então, nessa esteira, a Era da tecnologia alimentou o fortalecimento dos que acreditam que agressões e zombaria podem substituir argumentos e serem instrumentos para minar debates, amedrontar e constranger pessoas a fim de provocar uma autocensura, acuando os que emitem opiniões para que se calem ou mesmo se escondam.

Muitas pessoas estão se esquivando de emitir suas opiniões sobre a política por medo dos haters (odiadores) e dos zombadores (difamadores), o que tem enfraquecido o debate sobre as grandes questões, emburrecido os menos informados e alimentado cada vez mais o grande circo do horror que se fortaleceu com a ação dos fakes (perfis falsos), que tornou a internet um ambiente tóxico do qual muitos querem se afastar.

Os fakes se tornaram personagens importantes quando passaram a ser arregimentados por políticos numa guerrilha virtual para atacar adversários ou defendê-los, compartilhar suas postagens positivas ou mesmo trapacear os algorítimos e inflar os likes (botão do “gostei” nas redes sociais). Eles precederam os bots (robôs) que hoje são usados para disseminar fake news (notícias falsas) em massa a fim de influenciar campanhas eleitorais, como ocorreu nas eleições passadas, ou manobrar a opinião pública em favor de políticos e governos.

Embora seja uma missão difícil exterminar as fake news, o que mais preocupa nesse momento conturbado pelo qual passa a política brasileira é o avanço da imbecilidade, com os zombadores ganhado mentes e corações, arrebanhando seguidores no meio dos que não querem pensar nem se informar, nivelando por baixo qualquer opinião ou debate. A febre dos youtubers foi um desses fenômenos recentes, os quais nunca chegaram a lugar nenhum, em sua maioria – ainda bem.

A situação tem ficado tão preocupante que muitos desinformados acham que os zombadores estão fazendo jornalismo nas redes sociais, dando vazão para que as fakes news transitem fácil entre as pessoas. Embora os zombadores (a Bíblia os chama de escarnecedores) estejam em todas as redes sociais, eles proliferam feito erva daninha no Twitter, onde opinar tornou-se um tormento por causa deles, os escarnecedores.

O Facebook é outra terra fértil para o escárnio como postura pessoal, uma identidade, onde eles atacam a honra das pessoas de forma vil, como se fosse uma brincadeira. Esses difamadores perderam o senso de respeito e realidade, rompendo qualquer barreira moral ou ética. É a esculhambação geral como regra para tentar destruir imagens e reputações das pessoas gratuitamente, apenas por odiar o outro, ou por interesses pessoais e/ou políticos.

Se a Bíblia já tinha essa preocupação antes mesmo da chegada de Jesus, há 2 mil anos, isso mostra o grande perigo que representa o escárnio para uma sociedade atormentada a que chegamos. Certos estão as religiões cristãs, que aconselham os seus a não se juntarem aos escarnecedores (Salmos 1:1). E essa deve ser uma preocupação constante de qualquer cidadão, independente de religião e crença, para que não se deixe vencer pela zombaria, porque ela é a porta de entrada para todos os tipos de injustiças, inclusive ela mina a coragem de quem quer construir debates em favor de um mundo melhor.

*Colunista, idealizador do site www.roraimadefato.com.br

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