Foto: reprodução

O Roraima 1 teve acesso aos vídeos e documentos com o conteúdo vazado, gravados em julho deste ano, onde existe a tentativa de colaboração premiada por parte de Cléber Boralho de Brito, suposto sócio-administrador da empresa Construtech Construtora e Empreendimentos LTDA, que prestou serviços à Assembleia Legislativa de Roraima entre os anos de 2013 e 2016.

Na gravação, os promotores integrantes do Gaeco – Grupo de Atuação Especial de Combate a Organizações Criminosas – questionam a veracidade das informações prestadas pelo delator.

“Você sonega a informação. Ela sai contigo, volta…  você fala coisas de que nem você consegue se convencer, você não consegue convencer nem a mim, nem a nenhum colega…” disse um dos promotores.

“Você começa bem e foge. Não tem segurança em fazer (a delação). Se você não quiser fazer, é uma escolha sua. […] E aí você continua, respondendo ao processo, entendeu? Você que sabe, o quê que você quer fazer?”, indagou.

“Aqui nós podemos garantir sua segurança. Você será a pessoa mais protegida do estado. Mas se tiver que voltar para a cadeia… fica difícil”, incentiva um dos promotores.

Em tom de pressão, com vários momentos de silêncio, Cléber não consegue concluir os raciocínios mas tenta se defender. “Eu nunca cheguei a levar dinheiro pra ele lá”, disse, referindo-se às supostas visitas à casa do deputado Jalser Renier (SD).

Cléber Borralho de Brito

Por telefone, o delator disse ao Roraima 1 que “não iria mais falar sobre o assunto”. Quando questionado se a Advogada dele poderia nos receber, Cléber desligou o telefone. Ele está em liberdade desde 2016.

Jalser Renier

O atual presidente da Assembleia Legislativa diz que o contrato do Legislativo com a empresa investigada começou ainda 2013, antes do mesmo assumir a presidência. Diz ainda que os serviços prestados em sua gestão foram por meio de contratos públicos, dentro da lei. Jalser falou no começo desta semana nunca ter visto o delator e informou ter suspendido o contrato da referida empresa ainda em 2016, para que as investigações fossem feitas. Semana passada, em coletiva à imprensa, Renier lembrou que a empresa em questão também foi contratada pelo próprio Ministério Público do Estado de Roraima, para a realização de obras do MPRR no interior do estado.

Ministério Público de Roraima

Entramos em contato com o MPRR para questionar como o conteúdo do Acordo de Colaboração Premiada foi vazado, e se mesmo diante das adjetivações de inconsistência e inconfiabilidade citadas pelos promotores, os benefícios deste acordo estão sendo utilizados pelo delator. Estamos aguardando um posicionamento.

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