A situação do bairro 13 de Setembro merece uma atenção redobrada por parte das autoridades em todos os níveis de governo. Um dos mais antigos da Capital, o bairro historicamente foi esquecido apesar daquele setor da cidade abrigar famílias humildes, muitas delas que sobreviveram da atividade oleira às margens do Rio Branco.
A chegada em massa de venezuelanos atingiu em cheio aquele bairro, uma vez que lá ficam a Rodoviária Internacional de Boa Vista e a sede da Polícia Federal, para onde se dirigem diariamente centenas de estrangeiros em busca de sua regularização. Por essa condição acabou recebendo dois abrigos fixos e um transitório na rodoviária.
A qualquer hora do dia e da noite é grande o número de estrangeiros perambulando pelas ruas em busca de lugar para se abrigar ou mesmo em busca da sobrevivência. Entre eles, marginais que costumam se proliferar em meio à pobreza. Tornaram-se corriqueiros os casos de assaltos a trabalhadores que precisam sair cedo para pegar ônibus.
Os donos do tráfico de droga já perceberam o campo fértil para agir e já instalaram bocas de fumo em locais movimentados, próximo a bares e do comércio. E o cenário de violência se desenha forte, em especial a partir da noite, quando ninguém mais se arrisca a sair de casa.
A ociosidade de estrangeiros nos abrigos e fora deles só potencializa o cenário negativo. Não se pode esquecer que o crime organizado deu as caras por lá, quando executou dois venezuelanos cujos corpos foram desovados nas intermediações dos abrigos.
Faltam escola e creche no bairro. A escola foi fechada no governo passado para reforma, que até hoje não foi concluída. Em vez de creche, a Prefeitura mandou reformar a praça mais uma vez, desta feita a um custo de R$2,4 milhões! Um absurdo de grana para uma minúscula praça, enquanto a população precisa de socorro social.
Diante desse quadro desolador, a imigração desordenada só aumenta naquele bairro, enquanto o Governo Federal não toma uma ação mais enérgica para amenizar a crise, como a interiorização rápida dos imigrantes que chegam aos montes diariamente. A tendência é piorar o caos instalado por lá.
Com o Governo do Estado imóvel para tomar decisões, a Prefeitura gastando fortuna em reforma de praça e o Governo Federal negligente com a imigração, a população do 13 paga um preço muito caro: miséria se instalando, insegurança a qualquer hora e ociosidade que atrai a bandidagem e o tráfico de droga.
Quem vai agir?
*Colunista