O governador de Roraima, Antônio Denarium e o presidente Bolsonaro. Imagem: Eduardo Anizelli/Folhapress

O Presidente da República, Jair Bolsonaro, anunciou para deputados aliados na tarde desta terça-feira (12) a saída do PSL – Partido Social Liberal, sigla que ganhou força nas últimas eleições, em 2018, justamente por causa de Bolsonaro. Sem adiantar detalhes, o Presidente disse a deputados próximos a ele, em Brasília, que ficará sem partido até que uma nova sigla seja criada. Bolsonaro pretende encabeçar o movimento de criação do “Aliança Pelo Brasil”, um novo partido sem viés ideológico ainda definido.

As informações foram passadas pelos deputados Daniel Silveira (PSL-RJ) e Bia Kicis (PSL-DF), que participaram da reunião com Bolsonaro nesta tarde. Segundo os deputados, pelo menos 30 parlamentares vão acompanhar Bolsonaro e deixarão o PSL.

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a criação de um novo partido depende de iniciativa popular, com, dentre outros trâmites, a apresentação de assinaturas de um percentual mínimo de eleitores não-filiados a outras siglas. Atualmente, com base no total de votos dados nas Eleições de 2018 para a Câmara dos Deputados, um partido em formação deve coletar um total de 491.967 assinaturas em pelo menos nove unidades da Federação. Mais de 70 grupos políticos no país aguardam pela aprovação do TSE para que possam se tornar partidos políticos.

Brigas com o PSL

Após uma série de desgastes com a cúpula da sigla, Bolsonaro teria optado por não integrar mais os quadros do partido. O deputado Luciano Bivar (PSL-PE), fundador do partido, ainda não comentou a saída do Presidente, mas adiantou à Revista Época que se sentiu triste pela decisão de Bolsonaro.

“Só posso ficar entristecido. Não tenho raiva, mágoa, sentimento indiferente. Ingratidão é quando você dá alguma coisa pensando no que vai receber. Mas eu não. O que eu fiz, foi por mim. Por ideologia e pelo meu sentimento. Não sei se cabe esse sentimento de ingratidão, porque eu não fiz por mim, mas pelo meu país. Decepção? Eu não conheço o Bolsonaro”, declarou à revista.

Roraima

Em Roraima pelo menos dois nomes do PSL ganharam destaque junto à família Bolsonaro. O primeiro deles é do atual governador, Antônio Denarium, aliado político do presidente. Denarium foi eleito sob o apoio irrestrito de Bolsonaro. O que muda na relação entre governador e presidente com essa mudança de partido foi perguntado à comunicação do governo.

Em nota, a assessoria de Comunicação do Governo de Roraima informou que o governador Antonio Denarium se reunirá nos próximos dias com o presidente Jair Bolsonaro, para tratar do tema. A nota ressaltou que o Governo de Roraima “está alinhado ao Governo Federal para a execução de políticas e ações em benefício da população de Roraima”, sinalizou.

Deputado Antônio Nicoletti com presidente Jair Bolsonaro. Foto: reprodução/Facebook

O deputado federal por Roraima, Antônio Nicoletti, também do PSL, também foi procurado pelo Roraima 1. Amigo pessoal de um dos filhos do presidente, o deputado de Roraima optou por não comentar a saída de Bolsonaro do partido.

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