Partidários do líder opositor Juan Guaidó carregam cartaz durante marcha contra o presidente Nicolás Maduro, em Caracas em 16 de novembro de 2019. Foto: AFP / Federico PARRA

Diante da embaixada da Bolívia e de milhares de seguidores, o opositor Juan Guaidó pediu neste sábado (16) para a população protestar até a queda do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que também reuniu seus apoiadores, diante de supostos planos para realizar um golpe de Estado no país.

Com um megafone, o líder opositor pediu para seus partidários não desistirem. “Não vamos desmaiar, desfalecer. A Bolívia ficou 18 dias, nós ficamos anos. Está na hora de continuar. Peço a toda Venezuela para nos mantermos em protesto”.

Guaidó marchou até a embaixada depois de falar por telefone com a presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez – opositora que substituiu Morales após sua renúncia -, que afirmou que deseja que o opositor “liberte o povo venezuelano”.

O opositor tenta aproveitar a recente renúncia de Evo Morales, na Bolívia, para aumentar a pressão nas ruas.

“Rua sem volta, significa que temos uma agenda de conflito permanente (…), rua sustentada. Aqui a luta é até o fim da usurpação, até conseguir eleições livres”, afirmou Guaidó, reforçando seu apelo aos militares: “Estou pedindo que se coloquem ao lado da Constituição (…) Precisamos da Força Armada que atenda o chamado do povo inteiro”.

A manifestação deste sábado ficou longe de reunir as dezenas de milhares de pessoas do começo do ano. Seus 5 mil manifestantes, contudo, formam o maior protesto desde 1 de maio, um dia depois de um levante militar fracassado liderado por Guaidó, que exigia que Maduro interrompesse a “usurpação do poder” para convocar eleições.

O dia é crucial para a liderança do parlamentar, que não conseguiu organizar nos últimos meses manifestações grandes como as que acompanharam sua autoproclamação, em janeiro, com o reconhecimento de cerca de 50 países, entre eles Brasil e Estados Unidos.

“Se não acontecer nada extraordinário, a liderança de Guaidó pode ir para a geladeira”, opinou à AFP o cientista político Jesús Castillo-Molleda.

Uma pesquisa da Delphos aponta que 38% dos opositores deseja um novo líder.

Centenas de chavistas de vermelho também se mobilizaram no centro de Caracas em apoio a Maduro e Evo Morares – que o venezuelano afirma que sofreu um golpe na Bolívia.

“Mobilizados e alertas! Hoje, as ruas de Caracas se enchem com a alegria de nosso povo para defender seu direito sagrado à democracia, à liberdade, à convivência e à felicidade. Digamos ao mundo que a Venezuela está de pé e em paz, construindo a pátria socialista”, escreveu Maduro no Twitter.

Ele garante que a oposição planeja ações violentas com apoio dos Estados Unidos e a vizinha Colômbia para desestabilizá-lo.

A economia venezuelana caiu pela metade desde 2013, enquanto a inflação, de acordo com o FMI, subirá para 200.000% este ano, situação agravada pelas sanções de Washington que incluem embargo ao petróleo.

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