Hospital das Clínicas. Foto: Arquivo/governo de Roraima

Vistoria do Conselho Regional de Enfermagem de Roraima (Coren) constatou falta de enfermeiros e técnicos no Hospital das Clínicas, localizado na zona Oeste de Boa Vista. A fiscalização foi realizada nesta quinta-feira (5) após denúncias de servidores.

Enfermeiros, técnicos e auxiliares estão em greve desde a sexta-feira (29), no entanto, apesar da paralisação, a escala de trabalho mostra que nos últimos meses a inexistência de pessoal para atender a unidade. “Não temos nem mesmo efetivo para aderir a greve”, informou um enfermeiro, que pediu para não ter o nome revelado.

“Se eu tenho um bloco de internação, um bloco lotado com 25 pacientes, e eu tenho dois técnicos, eu não consigo aderir a greve. Eu tinha que ter ao menos três funcionários para deixar um, mantendo 30%, conforme rege a lei”, explicou o enfermeiro.

O servidor relatou ainda que a direção da unidade aceitou o recebimento de pacientes para internação, sem programação do pessoal. Escalas de trabalho dos meses de setembro, outubro e novembro, que a reportagem teve acesso, comprovam blocos desassistidos de profissionais.

Além do desfalque na equipe, ele conta que não há seringa para administrar insulina, nem mesmo fita para medir a glicemia do paciente.

O presidente do Coren, Josias Neves, informou que notificou o diretor do Hospital das Clínicas sobre a inexistência de enfermeiros em blocos da unidade. “O relatório será encaminhado à Secretaria Estadual de Saúde, pedindo providências”, informou o presidente.

O Hospital das Clínicas foi inaugurado em 24 de abril de 2018, após sete anos em obra. A unidade de saúde custou mais de R$ 32 milhões aos cofres públicos. O prédio, localizado no bairro Pintolândia, tem três pisos e possui 120 leitos de internação.

O que o governo diz
A direção do Hospital das Clínicas (HC) informou, em nota enviada pelo governo, que a falta de funcionários na unidade ocorre em razão da greve geral da enfermagem, e ressalta que a denúncia de que já havia problemas no atendimento aos pacientes internados antes mesmo da paralisação dos trabalhadores é improcedente.

Com relação à transferência de pacientes de outras unidades, HC esclarece que o encaminhamento deles deverá ocorrer normalmente, uma vez que funciona como hospital de retaguarda, recebendo principalmente os pacientes vindos do Hospital Geral de Roraima.

“Vale ressaltar ainda que quando ocorre a transferência de novos pacientes, em razão da liberação de leitos ocupado por pacientes que já receberam alta, o corpo de profissionais terá um acrescimento já planejado pelas Direções de Enfermagem e Técnica da Unidade hospitalar”, disse.

O governo destacou que deverá lançar edital para processo seletivo na área saúde, com vagas para enfermeiros e técnicos em enfermagem, tendo como finalidade reforçar o atendimento nas unidades de saúde do estado.

Com relação a falta de seringa de insulina e fita para medição de glicose, o HC informa que já realizou o envio de pedido para a Coordenação Geral de Assistência Farmacêutica), para que esses dois insumos sejam reabastecidos.

“A direção Geral do HC salienta ainda que em reunião na manhã de hoje [5],
com representante do movimento grevista, equipe de servidores da unidade e representantes do Conselho Regional de Enfermagem de Roraima, ficou acertado um acordo para o redimensionamento de equipe, para garantir o atendimento de quem já está internado e para aqueles que por ventura venham a ser transferidos para Unidade hospitalar.

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