Foto: PF

A operação da Polícia Federal, que na semana passada desarticulou o esquema que movimentou R$230 milhões em dois anos com o comércio ilegal de 1,2 tonelada de ouro,  permitiu que a população roraimense tivesse a real visão de quem são as pessoas que se beneficiam do garimpo ilegal em terras indígenas: os grandes empresários.  Lembrando que a extração mineral não é ilegal no Brasil; crime é apenas a garimpagem em terras indígenas, conforme a legislação.

Atuar na ilegalidade é a forma de lavar dinheiro e faturar alto de forma rápida às custas do sofrimento do trabalho escravo de pessoas pobres e da sonegação de impostos. De quebra, contribui para todos os tipos de tráfico, em especial o de arma e droga na fronteira, que alimenta o crime organizado.

Agora ficou fácil entender por que o governo Antonio Denarium (APB) agiu rápido para defender o garimpo ilegal em Roraima. Também foi possível imaginar quem bancou a manifestação que bloqueou a principal estrada de Roraima, onde um carro com mulheres idosas e crianças foi violentamente atacado.

Conforme as investigações da PF, na lista dos negócios ilegais com ouro contrabandeado estão  “amigos” do governo que aí está, o qual faz de tudo para beneficiar os empresários de alguma forma.

Se as investigações forem mais a fundo, não será difícil encontrar as demais conexões dentro das slas palacianas, as quais não só dão apoio como bancam o garimpo por meio de voos clandestinos.  Quem conhece a realidade local sabe como o esquema funciona e conhece as pessoas que enriquecem do dia para a noite, acumulando bens incompatíveis com o que é declarado na Receita Federal.

A eleição de um empresário para comandar o Estado só fez aumentar a sanha dos que  já faturavam alto com a sonegação e  esquemas ilegais. Esse grupo achava que tudo podia, por isso o descaramento em agir de forma mais ostensiva, principalmente porque eles achavam que o governo Bolsonaro iria abrir todas as portas que eles mais queriam: o da garimpagem em terras indígenas e o da grilagem de terras (esse será o assunto de amanhã). Mas não foi o que ocorreu. Bolsonaro até tentou e continua tentando, mas nariz de porco não é tomada

Enquanto isso, Estado foi rapidamente loteado para os empresários. Até o turismo foi entregue para um grupo faturar e eliminar possíveis concorrentes. O mercado de abate de animais foi privatizado e quem comanda é o grupo que está no poder, inclusive o governador é um dos sócios.  A agricultura foi entregue para outro grupo. E assim cada setor tem um manda-chuva.

Ao povo restou uma saúde sucateada, uma segurança caindo aos pedaços, uma educação capenga e o fim do único benéfico social que garantia alguma renda aos mais pobres, o Crédito Social.  Benefício mesmo apenas para venezuelanos que vivem nos abrigos recebendo comida, assistência médica e todo tipo de apoio social. Aos brasileiros, apenas os altos impostos (o ICMS da carne foi reajustado)  e a máfia de empresários que só aumentam seu patrimônio.

O movimento de polícias federais foi intenso nesse fim de semana no aeroporto. O que o povo espera é que a desratização continue até chegar no rato-chefe. Aí Roraima começará a ter uma chance de sair desse buraco…

*Colunista

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