Comunidade e vereadores se unem para tapar buracos na estrada de Tepequém

 

A operação tapa-buraco no trecho norte da BR-174 segue com prioridade em pontos mais críticos, onde é possível observar melhoria na trafegabilidade. Essa estrada que dá acesso à fronteira com a Venezuela, ao Norte, é também rota do único ponto turístico consolidado de Roraima, a Serra do Tepequém, no Município do Amajari, cujo acesso é pela RR-203, também tomada pela buraqueira desesperadora para quem é obrigado a dirigir por ela.

Embora a região do Amajari abrigue fazendas e moradias de várias lideranças política, inclusive a ex-governadora Suely Campos, os políticos não conseguem entender e/ou aceitar que é necessário dar as mínimas condições estruturais para fortalecer o turismo, um setor que garante emprego e renda para aquela região, fazendo circular dinheiro novo nas duas pequenas vilas de Tepequém, a do Paiva, a atual sede, e a do Cabo Sobral, a sede histórica onde tudo começou.

Cansada de esperar pelo poder público, a comunidade junto com dois vereadores, Novinho e Sulamba, partiu para tapar os buracos da estrada por conta própria, primeira com barro, que se derrete na primeira chuva, e agora com rejeito de asfalto cedido pelo governo, que já prometeu fazer o recapeamento da estrada, mas sabe-se lá quando. É paliativo, mas reflete o desespero de quem depende do turista para movimentar economicamente aquela região.

Por ser uma região rica em belezas naturais, a Serra do Tepequém consegue caminhar a duras penas com a ousadia de empreendedores e da comunidade, que viu o garimpo de diamante ruir e teve que partir para o turismo com apoio mínimo do poder público. Mínimo mesmo, pois nem o básico, como estrada asfaltada, os governos não conseguem ou não querem proporcionar.

No Tepequém, os turistas amazonenses frequentam mais assiduamente a região do que a guarnição da Polícia Militar, deixando todos a mercê da insegurança. E manter o posto de saúde funcionando, para garantia do turista e dos moradores, é um sacrifício por parte dos profissionais e da própria comunidade.

Poderia ser diferente. O governo, que fala tanto em investir em geração de emprego e renda, deveria dar as condições necessárias para que os empreendedores e a comunidade batalhassem com menos sofrimento com o turismo, a alternativa realmente viável naquela região de belezas exuberantes, que um dia já foi o maior garimpo de diamante da América Latina e que pode se tornar também o maior ponto turístico do Norte.

Enquanto espera pelas promessas não cumpridas dos políticos, a comunidade vai sobrevivendo com os paliativos para aliviar a dura batalha de quem aposta no turismo. O feriado de Carnaval se aproxima, período em que o turismo aquece sensivelmente, e resta tapar os buracos da estrada com barro e rejeito asfáltico. Mas logo em seguida virá o período de inverno, quando a estrada poderá se tornar um atoleiro, nos pontos mais críticos, impondo mais sofrimento a quem busca o turismo ou aos que apostam no turismo como empreendimento.

Quando os políticos irão mudar sua visão com relação ao turismo? Essa é a pergunta que nunca vai calar…

*Colunista

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