Foto: Jader Souza/ALERR

Durante discurso na Assembleia Legislativa de Roraima nesta quarta-feira (19), o deputado Renato Silva (Republicanos) afirmou estar sofrendo ameaças desde que começou a fazer críticas ao governo do Estado, em especial ao chefe da Casa Civil, Disney Mesquita. Ele ainda apresentou o que seriam comprovantes de empréstimos bancários e de financiamentos para rebater acusações de enriquecimento ilícito.

“O que eu tenho de patrimônio é um terreno no Paraviana, uma casa que estou construindo há um ano e meio e é no meu nome, cada saco de cimento é no meu nome, não tem nome de terceiros”, destacou Silva.

Ele afirmou que, em 2019, fez três empréstimos nos valores de R$ 15 mil, R$ 200 mil e R$ 400 mil para a construção da casa antes de ser eleito, tendo financiado depois um veículo no valor de R$ 100 mil.

Silva disse ainda que policiais civis foram à casa dele numa madrugada e estariam, de acordo com ele, sob mando do chefe da Casa Civil.

“Já recebi a Polícia Civil na minha casa 1 hora da manhã, dizendo que o chefe da Casa Civil, Disney Mesquita, mandou investigar minha vida sem autorização judicial e que, se não encontrassem nada, teriam que inventar para sujar minha imagem”, declarou.

Ainda conforme o deputado, o trabalho de fiscalização parlamentar nos contratos e licitações de órgãos públicos do Estado causou incômodo ao governo. Em dezembro do ano passado, segundo Silva, um boletim de ocorrência foi registrado contra ele após uma ida, quatro meses antes, à Comissão Permanente de Licitação (CPL), onde colheu informações sobre um processo da Secretaria Estadual de Educação (Seed).

“Não me interessa quem vai ganhar [a licitação], se a primeira, a segunda, a quarta. O que importa é o menor preço e o melhor para o estado de Roraima”, ressaltou, acrescentando que, após as denúncias, a presidente da CPL registrou um boletim de ocorrência contra ele por imputação de crime.

‘Benefícios espúrios’

Por telefone, o chefe da Casa Civil, Disney Mesquita, disse ao Roraima 1 que o deputado Renato Silva tem sido “leviano” e faz acusações sem provas. “Ele era um deputado da base que sentiu desprestigiado [pelo governo], querendo benefícios espúrios, coisa que o governo não faz. O Executivo continua fazendo seu trabalho, andando no caminho certo, com todas as contas e pagamentos em dia. Temos muitas dificuldades em relação à saúde, mas o governador tem tentado sanar os problemas”, afirmou.

Mesquita destacou ainda que servidores da Comissão Permanente de Licitação se sentiram intimidados pelo deputado e foram à polícia registrar boletim de ocorrência.

“Houve assédio por parte dele tentando intervir na CPL para beneficiar uma empresa de seu interesse, o que o governo não aceita. Servidores, então, tomaram a atitude de ir à delegacia. Depois disso, ele começou a ‘disparar’ para todos os lados para tentar se defender. Soa no mínimo estranho um deputado tentar interferir numa licitação, tendo em vista que o papel de um parlamentar é fiscalizar e não intervir em licitações para beneficiar quem quer que seja”, relatou o chefe da Casa Civil.

Sobre as acusações do deputado de que policiais civis teriam ido à casa dele a mando da Casa Civil para intimidá-lo, Mesquita disse que a pasta “não se presta a esse tipo de papel”.

“Estou representando judicialmente para que ele responda por calúnia e difamação”, informou, acrescentando que um ofício será enviado à Polícia Civil para que apure se algum policial foi à residência do parlamentar. “Farei isso, mas não acredito que tenha acontecido”, concluiu.

A reportagem entrou em contato com o deputado Renato Silva, mas ele não respondeu às mensagens.

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