Foto: divulgação/ Jeferson Alves

Nesta quarta-feira (4), o deputado Gabriel Picanço (Republicanos) fez um discurso durante sessão plenária da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), para apoiar a retirada do bloqueio na BR-174, que liga Roraima ao restante do país, no trecho que cruza a Terra Indígena Waimiri-Atroari. Segundo o parlamentar, a corrente é inconstitucional, ao impedir a população de trafegar livremente.

As correntes são usadas para limitar tráfego na área das 18h às 6h. Para o deputado, essa medida fere um direito da população de ir e vir. “Somos favoráveis sim aos índios, desde que não implique no sacrifício de uma população inteira, como agora está acontecendo. Se for negado o direito de ir e vir, como garante a nossa Constituição Federal, também é negado o direito de ter energia confiável e abundante através do Linhão de Tucuruí.”

Em aparte, a deputada Angela Águida Portella (Progressistas) afirmou que concorda com o posicionamento do parlamentar, ao dizer que algumas atitudes são necessárias para chamar atenção da população e as autoridades.  “Essa tribuna não está conseguindo reverberar essa necessidade do nosso Estado, muitas vezes, essa plataforma foi usada para falar sobre esse assunto.”

Por outro lado, em aparte, a deputada Lenir Rodrigues (Cidadania) se demonstrou favorável à limitação do tráfego na terra indígena. Ela explicou que defende as causas indígenas desde os 18 anos, e que acredita no trabalho do Poder Judiciário para resolução deste conflito.

“Quero dizer que tenho uma visão diferente, acredito que essa questão da corrente está em tramitação na Justiça Federal, e eu tenho muito respeito pela instância judiciais. Esses processos são lentos, assim como são lentas todas as tratativas em relação as questões indígenas do nosso Estado”, pontuou.

Os deputados Soldado Sampaio (PC do B), Aurelina Medeiros (Progressistas), Jeferson Alves (PTB), Tayla Peres (PRTB), Catarina Guerra (SD), também pediram espaço para expressarem posicionamento referente à situação e apoiaram a retirada da corrente, ao destacarem que é um problema antigo sem solução, que atrapalha o desenvolvimento do Estado. Ao mesmo tempo, afirmaram que não são contra os interesses das comunidades indígenas.

Protesto durante sessão plenária desta quarta (4). Foto: Jader Souza – SupCom ALERR

Durante o debate, indígenas estavam presentes na sessão plenária, com cartazes, defendendo que a corrente é uma forma de proteger os povos indígenas, além da fauna e flora da região. Eles pontuaram ainda que o fechamento é legal, constitucional e que não atrapalha o desenvolvimento do Estado.

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