Tudo está sendo mantido em segredo por ordem superior,  porque tantos os envolvidos são pessoas que até bem pouco tempo mandavam no agronegócio em Roraima quanto as vítimas são pessoas influentes, na maioria grandes  produtores.  Trata-se do sumiço de 200 mil sacas de grãos que estavam no depósito da Cooperativa Grão Norte, um prejuízo que pode chegar até R$15 milhões.

Sob suspeita estão diretores da Grão Norte. Entre as vítimas estão os principais produtores do Estado, entre eles o governador Antonio Denarium. Mas a extensão desse golpe é muito mais ampla do que se imagina, pois ninguém consegue sumir com 100 mil sacas de milho e mais 100 mil sacas de soja em um passe de mágica.

Um desvio dessa magnitude implica em envolvimento de servidores da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz), Superintendência da Zona Franca Franca de Manaus (Suframa) e órgãos que atuam em exportação, pois provavelmente os grãos furtados foram exportados e tiveram que passar pelas barreiras faiscais federais e estaduais, na fronteira com outros países e na divisa com o Amazonas.

É por isso que estão querendo abafar o caso. Porque trata-se de um grande esquema que precisou da ajuda e/ou conivência de servidores e autoridades. Mas a informação já vem circulando entre produtores de outros estados, que estão repensando em vir para investir no Estado de Roraima.  É um golpe que fere a credibilidade de investimento no agronegócio roraimense.

De nada adianta o governador ficar perambulando, gastando recursos públicos em viagem, para convidar grandes produtores investirem no Estado, se eles estão sujeitos a serem alvos de golpistas.   Roraima já é visto lá fora como terra de corrupção e, com mais essa notícia, de certo que muitos irão pensar duas vezes em vir para cá.

O que complica ainda mais esse rumoroso caso é que se trata de um golpe institucionalizado, pois foram usadas instalações públicas para fazer o desvio dos produtos.  Por isso, fere de morte a credibilidade do Governo de Roraima em convidar produtores a se instalarem aqui.

Pela gravidade da situação e pelo alto valor do golpe, torna-se urgente que o Estado dê resposta a essa ação dos golpistas, para que a opinião pública saiba quem são os envolvidos e para mostrar que o governo não compactua com criminosos. Já pagamos um preço muito alto pelos desmandos e o Estado não pode ter sua credibilidade na agropecuária minada por ações desse tipo.

*Colunista

 

 

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