Vítima foi levada ao HGR, mas não resistiu e morreu no local - Foto: Divulgação/Ascom/Sesau

Uma advogada, de 30 anos, afirmou ao Roraima 1 na noite desta quinta-feira (19) que, ao procurar o Hospital Geral (HGR) com febre, tosse e coriza, não foi submetida a exames,  mesmo tendo voltado de uma viagem a São Paulo, estado que já registra transmissão comunitária de covid-19, doença causada pelo coronavírus. Segundo ela, a orientação era de que fosse para casa, onde deveria se manter em isolamento por sete dias.

A transmissão comunitária ocorre quando os órgãos de saúde e o paciente não conseguem identificar onde aconteceu o contágio. A advogada conta que ficou em São Paulo de 9 de março até sexta-feira (13) passada. No dia seguinte, teve os sintomas, mas diz tê-los tratado como uma gripe comum.

“No domingo [15], amanheci super bem e fiz as minhas atividades normais. Na segunda-feira [16], amanheci com febre e resolvi procurar o HGR”, relata. “Lá, me informaram que os exames só seriam feitos em pessoas que tivessem retornado de países ‘nos grupos de risco’ ou que entraram em contato com alguém que testou positivo para a doença”, acrescentou.

Ela disse ter explicado que São Paulo já apresenta casos de transmissão comunitária, mas, mesmo assim, não foi examinada. “Saí indignada de lá [do HGR]”, reclama.

No fim da tarde desta quinta-feira, ela conta ter recebido um telefonema da Vigilância Sanitária. “Ligaram pra mim pela segunda vez e informaram que viriam avaliar a minha situação amanhã [sexta, 20] pela manhã. E, caso achassem necessário, iriam realizar o exame. Mas até o presente momento, não o fiz”, destaca.

Apesar de se sentir melhor e ter sido medicada, a advogada ainda espera que os testes sejam feitos, pois tem apresentado febre noturna. “Desde segunda-feira, estou isolada em casa. Não saí para lugar nenhum. É uma situação muito complicada”, lamenta.

Questionada sobre um possível contato com alguém infectado pela covid-19 enquanto esteve em São Paulo, ela afirma que isso é algo “difícil de mensurar”.  “Estive em vários centros, com várias pessoas aglomeradas. É muito subjetivo eu afirmar que não tive [contato]”, concluiu.

A advogada informou à reportagem que não tem filhos e mora sozinha com o marido, que não apresentou nenhum sintoma até o momento.

Outro lado

A reportagem entrou em contato com a Sesau, que não se pronunciou sobre o caso. Alguns dos questionamentos feitos pelo Roraima 1 são se a pasta pretende tomar alguma providência em relação ao que foi denunciado e se isolamento em casa por sete dias e exame posterior fazem parte do protocolo adotado para todos aqueles que retornarem de estados em que já há transmissão comunitária.

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