A pandemia do coronavírus avança em Roraima e as principais autoridades estão fingindo que a responsabilidade não é com elas. No Governo do Estado, os profissionais de saúde estão em desespero clamando por equipamentos para proteção individual (EPI) que estão em falta nos seus locais de trabalho, especialmente no Hospital Geral de Roraima (HGR), a principal unidade do Estado.

Os profissionais também não estão sendo bem orientados sobre como agir diante de pacientes contaminados com o novo vírus e estão se contaminando, e por sua vez acabam indo para o isolamento, desfalcando as equipes de linha de frente que já não são suficientes para atender uma possível grande demanda que está por vir.

Enquanto tudo isso ocorre, com falhas graves na ação governamental contra a pandemia, o governador Antonio Denarium sumiu das reuniões do gabinete de crise. Pela suas postagens, ele não está muito preocupado com o que está acontecendo, pois parece estar em isolamento com sua família, enquanto os profissionais de saúde adoecem por falta de EPI.

No Município, a prefeita Teresa Surita (MDB), que tinha assumido a postura de divulgadora dos boletins sobre o coronavírus, desapareceu e não comentou sobre o primeiro caso de bebê contaminado pelo vírus. Também finge que não é com ela e não mostrou nas suas redes sociais como está a estrutura dos postos de saúde e principalmente do Hospital da Criança Santo Antônio.

Quando os casos diziam respeito somente ao Governo do Estado, Teresa aparecia todo dia nas redes sociais, antecipando dados oficiais e se passando como autoridade máxima do Covid-19.  Agora, com o caso do bebê contaminado, ela não fez  pronunciamento a respeito.

A grande preocupação dela é enviar a Guarda Municipal para agir com rigor para fechar comércios na periferia, enquanto nos bairros nobres e áreas centrais praças e restaurantes ficam lotados, sem que haja preocupação por parte das autoridades municipais. Dois pesos e duas medidas em uma política em que a prefeita age de acordo com suas conveniências.

Enquanto isso, órgãos de proteção do consumidor do Estado e Município fecham os olhos para os abusos cometidos pelos empresários dos principais supermercados que reajustaram criminosamente o preço dos produtos de limpeza e de higiene pessoal. Só para se ter uma ideia, o detergente mais que  duplicou de preço.  Antes da quarentena, o detergente custava entre R$1,20 e R$1,90, dependendo da marca. Hoje chega a R$2,80.

Essa ganância por parte dos empresários passa ao largo das fiscalizações. Pelo que se vê, apenas o Procon da Assembleia Legislativa vem agindo para coibir esses abusos praticados contra o consumidor roraimense.  Isso mostra que há um desleixo por parte do governo e da Prefeitura nesse momento crítico.

A opinião pública tem cobrado a presença das autoridades em ações mais urgentes, enquanto muitos se omitem e fingem que estão trabalhando.  Denarium precisa sair de seu casulo governamental para enfrentar a crise como se fosse um estadista, e não em um faz-de-conta de rede social.  E a prefeita Teresa tem que arrancar a máscara da enganação e agir de verdade para evitar que o caos se instale também na saúde municipal.  De truques o povo de Roraima já está cheio há muito tempo na saúde pública. Parem de fingir.

*Colunista

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