É fato que a prefeita Teresa Surita (MDB) odeia servidores públicos. Se for concursado, pior ainda.  Os assessores que a rodeiam são todos cargos comissionados. Ela não perde tempo em arquitetar algo para não deixar o funcionalismo em paz.

A proposta de emenda à Lei Orgânica do Município, que ferrava os servidores, enviada à Câmara com pedido de urgência, foi outra tentativa de retirar direitos previdenciários e benefícios salariais do funcionalismo. Teresa agiu na base do “se colar, colou”.

Mas não colou a manobra feita em meio à pandemia do coronavírus, tentando aproveitar que a opinião pública está com sua atenção voltada para a nova doença. Pressionada pela população, por meio das redes sociais e imprensa, a prefeita alegou que estava sendo mal interpretada. Um ova!

Retirou a proposta porque houve clamor público sabendo que uma matéria dessa importância não pode ser tratada sem ampla discussão pelos vereadores junto ao funcionalismo público. Porque também não é o momento oportuno para votar qualquer proposta que não seja voltada a garantir a saúde e a vida da população.

Teresa também percebeu a burrada que fez, atraindo a ira não só dos servidores públicos, que mantém girando a economia do contracheque, mas também de uma população preocupada com o seu futuro diante de tanta incerteza nesse momento crítico.

Recuou porque ela não tem conseguido administrar a cidade diante do isolamento social e pressões de todos os lados, gerando contestações do eleitorado. Enquanto ordena rigor a pequenos comércios na periferia da cidade, na área nobre a classe média lota praças, áreas de cooper e quadras. Também não manda o Procon municipal fiscalizar o absurdo de preços praticados pelos grandes empresários.

Mandou retirar o “pacote da maldade” contra os servidores porque vêm recebendo duras críticas por decretar fechamento do comércio e isolamento social, mas não suspendeu o expediente de servidores, a exemplo de fiscais e guardas municipais que estão demolindo casas na periferia.

A usina de asfalto, que é uma atividade altamente poluidora, devido aos resíduos e fumaça tóxicos, não fechou, com trabalhadores correndo sérios riscos de saúde.  Tudo porque não quer parar com obras que ela vai usar em suas propagandas institucionais e políticas futuras.

A prefeita do “se colar, colou” não está sabendo lidar com esse momento delicado, porque não pode fugir da cidade, onde ela não gosta de ficar por muito tempo, principalmente no bairro onde ela mora em um latifúndio urbano que está servindo de experimento de mogno e cercado de venezuelanos.

Ou Teresa engole sua impaciência de não poder fugir de Boa Vista para encarar os problemas urgentes da cidade, ou vai perder o controle da Prefeitura de Boa Vista e sair com sua imagem seriamente arranhada e odiada pelos setores da sociedade que estão sofrendo os golpes de suas decisões erradas.

E mais: a população está esperando as explicações de Teresa sobre como o Hospital da Criança está lidando com os casos de coronavírus em bebês. Até agora ela só fez firula como divulgadora de casos, sem esclarecer como está a estrutura da saúde municipal.  O momento exige transparência, rapidez  e inteligência.

*Colunista

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