Sede da Secrertaria Estadual de Saúde, em Boa Vista. Foto: Ascom/Sesau

Pouco mais de um mês após denúncia feita ao Roraima 1 sobre falta de medicamentos no Estado para portadores de diabetes, pacientes voltaram a relatar nesta terça-feira (14) que ainda continuam tirando dinheiro do próprio bolso para comprar remédios e manter a doença controlada.

Embora o governo tenha dado um prazo de 50 dias, a contar da data da primeira reportagem em 7 de março, quem precisa do remédio afirma que a espera é angustiante e os gastos com medicamentos são muito altos.

Conforma a denúncia feita no mês passado, eles estão sem o remédio Lantus desde novembro do ano passado, quando deixou de ser fornecido pela Coordenadoria Geral de Assistência Farmacêutica (CGAF), conhecida como “farmácia do governo”.

“Todos os portadores de diabetes estão sem a insulina Lantus, que é mais ‘especial’, é para quem tem alergia à NPH [outro tipo de insulina de ação prolongada]. Simplesmente, o nosso querido Denarium [governador do Estado] suspendeu dizendo que não é um medicamento de ponta, que não é de necessidade. Como um diabético vive sem a insulina?”, questionou à época uma das denunciantes.

Ela afirmou ainda que uma dose do medicamento custa R$ 120 e dura de três a quatro dias. Cada pessoa usa, pelo menos, de 10 a 15 frascos por mês.

“Chegou ao cúmulo de a gente ligar para a farmácia do governo e eles não atendem ou então tratam mal, simplesmente dizendo que não tem o remédio e nós é que temos de comprar”, reclamou.

Por serem muito caros, os pacientes acabam comprando menos do que o necessário para manter o uso contínuo. “Enquanto isso, minha glicemia sempre está muito alta porque está faltando essa insulina”, desabafou.

Sesau

A Sesau (Secretaria de Saúde) informa que aguarda o novo prazo de envio de lotes pela fornecedora do medicamento. O atraso vem ocorrendo em razão da pandemia do Novo Coronavírus, que tem prejudicado a logística de muitas empresas do setor.

Ressalta ainda que entregas de insulina ou qualquer outro tipo de medicamentos para a CGAF (Coordenadoria Geral de Assistência Farmacêutica) seguem os critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde, não só para fins de controle interno como também para facilitar a prestação de contas dos Estados.

Para ter direito aos medicamentos fornecidos pelo Governo de Roraima, o paciente precisa estar devidamente cadastrado junto a CGAF. Além de documentos pessoais como RG, CPF e Cartão do SUS, é exigido ainda a apresentação de laudo médico, pelo menos três receitas médicas, laudo de autorização e termos de uso de medicamentos.

O paciente também é obrigado a realizar a manutenção das informações cadastrais a cada três meses, sendo exigido sempre a apresentação de novos laudos e receitas médicas, uma vez que pode haver mudanças no tratamento do mesmo.

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