Prefeita Teresa Surita não perde oportunidade de criticar governo (Foto: Divulgação)

Sim, a prefeita Teresa Surita (MDB) nunca gostou de pequenos comerciantes e muito menos de vendedores ambulantes. Os informais, então, comem o pão que o diabo amassou para sobreviverem trabalhando. Uma parêntese: mas isso só para os informais brasileiros, porque os venezuelanos estão atuando por toda cidade sem ser incomodados.

Vamos aos exemplos. Enquanto Teresa diz “fica em casa” e repete que não pode reabrir salões de beleza e afins, ignorando o decreto federal, os venezuelanos cortam cabelo na calçada em vários bairros, em barracas improvisadas, como 13 de Setembro, Pricumã e Jóquei Clube (isso os mais flagrantes, que podem ser vistos por quem passa pela rua).

A prefeita também determina marcação cerrada pelos fiscais aos vendedores ambulantes, especialmente se eles decidirem ficar no complexlo Ayrton Senna, que é seu bibelô eleitoral que não pode ser violado por vendedores empurrando carrinhos, carregando caixas ou de bicicleta.

É até compreensível que a Prefeitura de Boa Vista cuide da cidade, evitando que ambulantes não regularizados ocupem os espaços públicos ou mesmo os regularizados atuem desorganizadamente. Mas a ordem é reprimir todos que tentarem violar o “santuário político” de Teresa que é o Ayrton Senna.

Porém, na periferia não ocorre o mesmo zelo. Os venezuelanos fazem o que querem, sem que a Prefeiture tente regularizá-los ou ordená-los no espaço público. É um salve-se quem puder inclusive nos semáforos. Para eles não é o mesmo arrocho que recebem mercearias e bares, que vivem com fiscais no seu encalço para enquadrá-los ao menor vacilo.

O mesmo ocorre com os vendedores informais que tentam abrir um  negócio na calçada de sua casa, como a venda de churrasquinho ou de lanches, os quais são escurraçados na primeira oportunidade, com lonas arrancadas e seus pertences levados pelos fiscais, sob proteção da guardas municipais.

Para piorar ainda mais a vida dos pequenos comerciantes, surge a vereadora Mirian Reis (PHS), que pediu à prefeita o fechamentos de todos os estabelecimentos que vendem bebidas alcóolicas na Capital, tentando implantar uma Lei Seca jamais vista nem em período eleitoral. Obviamente que a prefeita não irá acatar, embora ela também deseje o fechamento de tudo mesmo.

Teresa fala em planos para reabrir comércio, mas a verdade é que não existe plano algum. Trata-se apenas de uma estratagema para atacar politicamente o governador Antonio Denarium (sem partido), que está sob fogo cruzado por causa de um sistema de saúde já colapsado.

A prefeita diz que só poderá reabrir o comércio se o Governo do Estado abrir mais vagas nos leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e inaugurar o Hospital de Campanha. É óbvio que o Estado sequer consegue manter o que já vinha sob o caos. O suposto plano é apenas um factoide e uma dissimulação política para atacar Denarium e tentar empurrá-lo no buraco que ele mesmo cavou.

Enquanto o povo morre e padece na fila de espera dos hospitais e postos de saúde, Teresa faz politicagem rasteira, com a tática de se passar de vítima. Como ela vive numa bolha virtual e não sai de casa para nada, somente agora seus assessores conseguiram organizar uma estatística sobre o que está ocorrendo nas postos de saúde e Hospital da Criança.

A prefeita anunciou esse serviço como algo fantástico, quando na verdade o boletim de saúde foi instalado com atraso, depois de muita cobrança por parte de internautas. Já que o Hospital Geral de Roraima (HGR) colapsou, cabe  ao Município colocar as Unidades Básicas de Saúde (UBS) para funcionar, a fim de aliviar o sofrimento da população.

Teresa e Denarium deveriam descer do palanque, ao menos para respeitar a dor da população diante do avanço do coronavírus. O momento é de união por parte das autoridades de todos os poderes constituídos. A prefeita principalmente deveria sair de sua bolha no Twitter e encarar a realidade.

*Colunista

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