Foto: Semuc PMBV

Quatro ex-servidoras públicas que foram exoneradas da Prefeitura Municipal de Boa Vista entre janeiro de 2017 e dezembro de 2018, denunciaram que foram impossibilitadas de receber o auxílio emergencial de R$ 600 em decorrência da pandemia do novo coronavírus, por ainda constarem nos registros do Governo Federal como pertencentes aos quadros do município.

“Eu fui assistente de aluno em uma escola do município até 2017. Desde então não arrumei mais nenhum emprego. Agora, nesse momento de maior dificuldade, estou precisando do auxílio emergencial e não pude receber porque a Prefeitura de Boa Vista não fez o procedimento correto. Fiquei prejudicada”, disse a dona de casa, Elizângela Ponte da Silva.

A ex-servidora conta que não é a única a estar nesta situação. Segundo ela, diversas outras colegas que também trabalharam nesta época, tiveram a mesma resposta após a análise da Caixa Econômica para o auxílio.

“Este dinheiro iria servir para ajudar nas despesas de casa, já que estou desempregada. Tenho direito. Nosso maior medo é que estejam usando nossos nomes de forma ilegal. Vou procurar a Justiça”, disse.


Declaração de serviços prestados à Prefeitura da ex-servidora que ainda consta como ativa.

“A prefeitura diz que já deu baixa na nossa recisão, o que falam foi que o sistema RAIS não foi alimentado e eles já não podem fazer mais nada. Não tenho filhos e nem estou em uma situação tão grave como minhas colegas, mas também tenho contas a pagar e tenho direito”, disse Erlane Costa Silva, que saiu da prefeitura em dezembro de 2018.

Outra ex-servidora que está na mesma situação é a Eliane Matos Mota. A cuidadora foi exonerada em 2018. Desde então, também não está mais trabalhando e depende do benefício para sobreviver.

“Entrei com requerimento porque estou sem poder sacar até o PIS. Trabalhei na Escola Aldo Nascimento, que ficava no Cauamé, mas isso já tem dois anos. Tenho direito e preciso do auxílio emergencial”, relatou.

Uma quarta ex-servidora foi ouvida pela reportagem. Gleiciane Costa dos Santos Abreu, que também está fora do serviço público há dois anos, obteve a mesma resposta do sistema de avaliação da Caixa Econômica: não receberá o benefício porque ainda consta como servidora pública municipal.

“Também não trabalho e preciso receber o auxílio. Precisamos que a Prefeitura resolva isso”, disse.

Procurada para justificar a situação, a Prefeitura de Boa Vista não respondeu à reportagem.

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