Terra Indígena em Roraima. Foto: Rogério Assis/ISA

A Terra Indígena Yanomami, entre Roraima e Amazonas, foi a mais pressionada pelo desmatamento da Amazônia entre fevereiro e abril deste ano, de acordo com estudo divulgado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) nessa segunda-feira (22).

De acordo com o estudo, no período, a TI Yanomami registrou 72 ocorrências de desmatamento – um aumento de 2300% – e um total de 4,4 km² de área desmatada, de acordo com o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon, o equivalente a 440 campos de futebol e a cerca de 4,5% de todo o território indígena.

O levantamento considera unidades de conservação e Terras Indígenas, territórios que possuem proteção ambiental legal e que, pelo menos na teoria, deveriam ser barreiras contra o desmatamento ilegal. Para o estudo, uma área pressionada é uma região onde o desmatamento já está em curso, levando a perdas de serviços ambientais e até mesmo à redução ou redefinição de limites da área protegida.

“Além dessa situação do garimpo e da grilagem, temos visto esse avanço da Covid-19 dentro dessa Terra Indígena, o que gera uma preocupação pela vulnerabilidade dessa população também, porque onde está ocorrendo mais desmatamento significa que está havendo maior contato externo com essas populações e, consequentemente, uma maior transmissão da doença”, alerta um dos autores do estudo e pesquisador do Imazon, Antônio Fonseca.

A Terra Indígena Raposa Serra do Sol também registrou um número alto de ocorrências no período (25) – um aumento de 525% em um ano – e é a sexta área mais pressionada de acordo com o estudo.

AMEAÇA

Considerando as áreas protegidas mais ameaçadas, ou seja, com risco iminente de ocorrer desmatamento. aparecem a Terra Indígena WaiWái, em Roraima, a sétima área mais ameaçada, com 16 ocorrências de tentativas de entrada na TI (aumento de 50%) e a Yanomami, a nona área mais ameaçada, com 14 ocorrências. O levantamento aponta ainda um crescimento da ameaça na Terra Indígena Waimiri-Atroari, com nove ocorrências, um crescimento de 22%. a Área de Proteção Ambiental do Tapajós, no Pará, lidera a lista na Amazônia.

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