Prefeita Teresa Surita tem pressa no seus planos na compra de placas solares (Foto: Cláudia Ferreira/Divulgação)

Com a decisão judicial que determinou a suspensão da compra milionária do terreno de um aliado político, nas cercanias de Boa Vista, a fim de instalar uma usina de energia solar, a Prefeitura de Boa Vista foi obrigado a fazer o processo de aquisição da forma correta. E isso significa a comprovação da flagrante irregularidade diante do valor superfaturado, sem processo licitatório.

Simples assim: foi feita a desapropriação do imóvel mediante depósito judicial de R$14,6 mil, com base no valor do imóvel declarado pelo proprietário, Eugenio Thome, na Justiça Eleitoral, quando ele concorreu nas eleições passadas. A Justiça vai decidir qual o valor justo a partir da valorização imobiliária da área, mas bem longe do valor da compra formalizada pela Prefeitura: R$2,8 milhões, ou seja, R$280 mil o hectare.

Ao ser forçada a fazer o correto, a prefeita Teresa Surita tenta se esquivar das responsabilidades utilizando a conhecida tática do “eu não sabia”,  mesmo argumento usado pelo governador Antonio Denarium (sem partido) no caso da compra dos respiradores por valor também superfaturado.

Ao assumir essa postura, a prefeita divulgou ainda, na imprensa aliada, que “também determinou abertura de sindicância para análise de todos os passos do processo de aquisição do terreno”. Já vimos esse filme antes e todos já podem imaginar no que isso vai dar, já que a corda só arrebenta no lado mais fraco.

Para usar outro termo do tempo de nossos avós, é sabido ainda que Teresa não dá ponto sem nó. Esse surto repentino de correição não tem apenas a finalidade de livrar a prefeita desse grande pepino, quando ela foi pega tentando emplacar mais uma obra milionária sob suspeita.

Há algo mais atrás disso: salvar o grande projeto de compras milionárias de placas solares, as quais passaram a ser instaladas em vários prédios públicos e até em uma comunidade indígena. Vão-se os anéis e ficam os dedos.

Significa a necessidade de todos ficarem atentos a estas compras e ao nome da empresa que irá instalar essa usina tão desejada por Teresa em fim de mandato. Afinal, é de domínio público que o ex-senador Romero Jucá (PMDB) é o mentor e mestre de Teresa. E onde ele está é necessário sempre estar de olhos bem abertos.

*Colunista

 

 

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