Ministro visitou Roraima nessa quarta-feira (1º) - Foto: Divulgação

O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, descartou nesta quarta-feira (1º), em visita a aldeias Yanomami em Roraima, que os povos indígenas estejam ameaçados pelo novo coronavírus, como afirmam inúmeras associações, e considerou que a situação “por enquanto está sob controle”.

“Isso para a gente é muito importante, nós temos que proteger nossos índios”, declarou Azevedo após visitar o Pelotão Especial de Fronteira na aldeia Surucucu, ao Norte de Roraima, onde militares realizam uma operação que inclui atendimento médico.

Os indígenas foram examinados para detectar possíveis sintomas do novo coronavírus, tendo sido submetidos a testes rápidos.  Azevedo elogiou o apoio das Forças Armadas na luta contra a pandemia, com o transporte de suprimentos médicos, alimentos e equipes de profissionais de saúde.

Historicamente, os indígenas estão expostos a doenças trazidas de fora de suas comunidades e a preocupação aumentou este ano por causa do crescimento das atividades de mineração e agropecuária, que o presidente Jair Bolsonaro visa a legalizar na região amazônica. O Instituto Socioambiental (ISA) estima que 40% dos yanomami podem ser atingidos pelo coronavírus.

Segundo a organização ambientalista Greenpeace, 72% do garimpo ilegal nos quatro primeiros meses do ano ocorreu em reservas indígenas do país, onde é formalmente proibido, ou em áreas protegidas, onde a extração de minério é permitida apenas em casos específicos.

Azevedo garantiu que as ações de controle do garimpo ilegal são constantes e afirmou que a morte de dois Yanomami por garimpeiros, denunciada na semana passada, “é um fato isolado”.

“Quem relata esse incidente pode pensar que é algo corriqueiro. Não é, é um fato isolado na área, e sou da Defesa, acompanho isso, e foram tomadas as medidas cabíveis”, disse Azevedo, acrescentando que o caso está sob investigação e um inquérito foi aberto.

O Brasil deve superou as 60 mil mortes pelo novo coronavírus nesta quarta e totaliza mais de 1,4 milhão de casos.

Segundo dados da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), mais de 110 povos indígenas foram afetados pela pandemia, com quase 10 mil casos e mais de 380 mortes. Em Roraima, são 41 casos confirmados.

No entanto, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde Indígena (Sesai), que contabiliza somente os casos de indígenas nas aldeias, há entre os indígenas quase 6.500 casos confirmados de coronavírus e 156 mortes.

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