Medicamentos e insumos foram distribuídos nessa terça - Foto: Divulgação/MS

Um documento obtido pelo jornal O Globo contradiz a versão do Ministério da Saúde de que comprimidos de cloroquina enviados para as terras indígenas Yanomami e Raposa Serra do Sol eram destinados apenas ao tratamento da malária e não para o coronavírus.

A informação desmente a uma nota divulgada pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), que após a repercussão negativa, emitiu uma nota dizendo que os comprimidos de cloroquina distribuídos aos DSEIs Leste e Yanomami eram para o tratamento da malária. O medicamento é comumente utilizado no tratamento da doença em Roraima.

O jornal teve acesso a uma ata de reunião promovida pelo Ministério Público Federal (MPF) em Roraima no dia 2 de julho, que mostra que o coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Leste, Tércio Pimentel, admitiu que a cloroquina enviada pelo governo faz parte de um kit enviado pelo Ministério da Saúde para o tratamento da Covid-19.

A ação controversa de distribuição de cloroquina a indígenas Yanomami ocorreu no dia 30 de junho. Militares visitaram comunidades em uma ação contra a Covid-19,  para fazerem atendimento médico e levar insumos às aldeias. Além de 13,5 mil comprimidos de cloroquina, foram distribuídos máscaras, álcool em gel, aventais e luvas.

O Ministério Público Federal (MPF) abriu procedimento para apurar as diversas denúncias sobre a atuação do Ministério da Defesa, Fundação Nacional do Índio (Funai) e Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) no combate à pandemia de covid-19 nas terras indígenas de Roraima. Entre as medidas está a entrada nos territórios sem consulta prévia e a distribuição do remédio.

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