Dados foram divulgados pelo IBGE (Foto: Divulgação)

Da forma que está a situação do comércio boa-vistense diante da pandemia, a perda de controle sobre a fiscalização só beneficia quem não obedece às normas restritivas e de prevenção ao coronavírus. Com o cancelamento da reabertura gradual do comércio  pela prefeita Teresa Surita (MDB), os que estão seguindo as determinações e os que continuam com as portas fechadas correm sério risco de irem à falência.

Embora boa parte da população tenha decidido por contra própria não obedecer mais à quarentena, não se trata de um “liberou geral”, mas de fazer valer as normas para todo mundo, e não apenas para quem optou por estar dentro da lei. Sem fiscalização, boa parte das conveniências, bares e restaurantes, cujos proprietários parecem ter alguma influência, desafiam as normas e impõem suas próprias regras.

Enquanto isso, os pequenos comerciantes e donos de bares nos bairros sofrem a pressão constante da fiscalização ou temem abrir as portas por correrem o risco de serem multados ou os estabelecimentos fechados por qualquer irregularidade, já que os proprietários são responsáveis em cobrar as medidas do cliente, porém muitas pessoas insistem em não querer usar máscaras nem cumprir o distanciamento social, muito menos higienizar as mãos.

Enquanto isso, nos centros comerciais a movimentação é cada vez maior, mostrando visivelmente que não há mais controle por parte da fiscalização municipal, que age seletivamente com os pequenos sem qualquer influência e alivia para os grandes que mostram estarem acima da lei por suas conveniências ou garantia de que não serão multados ou incomodados.

Está óbvio que a Prefeitura mostra-se incapaz de agir com o rigor da lei, fechando os olhos para os grandes empresários e engrossando a voz com os pequenos. Por outro lado, não age preventivamente para impedir o avanço da doença, mantendo apenas nove postos de saúde exclusivo para a Covid-19, mesmo tendo 52 postos de saúde na Capital. Desta forma, há um sério risco de os hospitais irão colapsar por não terem leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para todos.

Como a prefeita está com o pensamento fixo nas eleições, desesperada para eleger seu substituto na Prefeitura de Boa Vista, já visando pavimentar seu caminho rumo à campanha eleitoral para o Governo do Estado e ainda tentar eleger seu mentor e mestre, o ex-senador Romero Jucá, em 2022, então Teresa não quer ter trabalho extra em ampliar o atendimento aos pacientes no atendimento básico.

Pelo discurso uníssono dos dois, tudo indica que Teresa segue orientações de Jucá. E por não descer do palanque eleitoral, Teresa não consegue dialogar com ninguém para unir as forças policiais do Estado numa grande ação fiscalizatória. E se assim continuar, com a Prefeitura sem  forças para fiscalizar nem dialogar com os demais poderes constituídos, com o povo furando a quarentena e os empresários desafiando as regras, a tendência é o colapso.

Mas quem está ligando para  isso!? Afinal, todos os políticos já estão em campanha eleitoral e o povo só lembra de cobrar algo quando precisa de UTI no Hospital Geral de Roraima (HGR) ou de remédios nos postos de saúde.

*Colunista

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