Foto: Getty imagens

Um levantamento feito pela Fundação Oswaldo Cruz aponta que a divulgação de casos da covid-19 em Roraima pode demorar até 21 dias entre o registro no sistema e a efetiva divulgação no boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde (Sesau).

Para a fundação, isso pode ter atrasado também a tomada de medidas importantes para a saúde no combate à pandemia. A diferença, porém, não é considerada como resultado de falhas técnicas e operacionais.

“Não é possível apontar uma única causa para explicar essas discrepâncias. Trata-se da soma de vários fatores, alguns deles complexos, que demandariam uma investigação mais detalhada”, explica Diego Xavier, epidemiologista do Icict/Fiocruz que participou do estudo.

Além de Roraima, outros estados que apresentaram uma demora considerável nos registros entre as datas real e oficial no número máximo de casos foram Paraná (30 dias), Rio Grande do Norte e Espírito Santo (27 dias), Goiás (25 dias), Distrito Federal (26 dias), Rio Grande do Sul (22 dias), Santa Catarina (20 dias) e Amazonas (19 dias). A diferença média entre os estados foi de 17 dias.

Na conclusão, a nota técnica recomenda que não seja modificada a forma de divulgação dos registros, mas que as divergências apontadas sejam levadas em conta pelos gestores públicos.

“Seria importante um esforço nacional, que poderia ser liderado pelo próprio Ministério da Saúde. Uma busca coletiva em prol da padronização na forma como são lançados os dados de saúde em todos os níveis, começando pela ponta, ou seja, nos postos de saúde e hospitais públicos dos municípios.”, disse o sanitarista Christovam Barcellos, vice-diretor do Icict/Fiocruz.

DESAFIOS

A Sesau, que faz o monitoramento nos municípios do estado, informou em nota que há 30 dias identificou uma defasagem entre a data do atendimento (quando o paciente relata os primeiros sintomas da doença) até a inserção da ficha de notificação no sistema.

Para tentar reverter a situação, a Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde realizou uma ação integrada junto aos municípios, para avaliação sobre o trabalho de inclusão das informações no banco de dados, e de foi percebido que essa defasagem começou a diminuir, passando para uma média de 12 a 14 dias, para as notificações no sistema.

Ressaltou ainda que uma das dificuldades para a consolidação das informações no Boletim Epidemiológico está relacionada ao tempo de espera que o paciente aguarda para fazer o teste rápido, uma vez que ele só faz o teste após passar 10 dias desde o primeiro sintoma.

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