Foto: arquivo/ Semuc BV

Não se trata  mais de pensar em de Boa Vista e do Estado de Roraima ou do País, de uma forma geral, com foco no futuro. A pandemia que provocou não apenas pânico como também mudou radicalmente o comportamento da população exige imediata resposta dos políticos e administradores públicos em todos os níveis.

Com relação a Boa Vista, que abriga quase 70% da população do Estado, o próximo prefeito ou prefeita precisa concentrar suas prioridades nas áreas da Saúde, com reforço do atendimento básico, e da Educação, setor severamente prejudicado pelo coronavírus devido ao isolamento social, em que nem todos têm recurso para o ensino remoto.

São esses dois setores que acabam severamente impactados ainda pela chegada constante de venezuelanos, os quais já passaram a fazer parte da vida da sociedade, seja por fixarem residência definitivamente ou em trânsito constante, entre idas e vindas, seja trazendo mais familiares ou amigos.

A migração precisa ser pensada dentro das políticas públicas, não no que diz especificamente a respeito do acolhimento ou do atendimento em abrigos, mas em absorver as crianças na rede municipal e estadual de ensino, bem como no atendimento nos postos de saúde, a fim de evitar que o sistema estadual entre em colapso, como já vem ocorrendo.

A atual gestão municipal pouco cuidou do atendimento básico de saúde, problema este que acabou sendo evidenciado no início da pandemia, quando os postos de saúde estavam sem estrutura para adotar um protocolo correto a fim de atender e medicar imediatamente quem chegasse com os sintomas da Covid-19.

Os especialistas vêm dizendo que novas ondas do coronavírus podem ocorrer e outras doenças podem provocar pandemias piores do que esta que estamos vivenciando. É por isso que o atendimento básico precisa estar no centro das prioridades a partir de já.

Outra questão negligenciada pela atual administração municipal é com relação à mobilidade urbana. O trânsito boa-vistense parte para um colapso em um futuro bem próximo, caso não haja imediatos estudos para rápidas intervenções nos gargalos que surgiram há um certo tempo diante do grande crescimento da frota de veículos e o inchaço populacional a partir da chegada constante de venezuelanos e também haitianos.

A Prefeitura de Boa Vista concentrou suas obras de mobilidade no bairro Cidade Satélite, onde mora a prefeita Teresa Surita (MDB), e onde o marido dela mantém o negócio milionário, que chega a R$12 milhões, de plantio de mogno africano. Naquele setor foram construídas duas pontes, as quais foram duplicadas um ano depois, além das três principais avenidas que dão acesso àquele bairro que receberam pavimentação e reestruturação.

Mas os problemas de mobilidade se espalham por toda cidade, com semáforos não mais garantindo a trafegabilidade do grande fluxo de veículos, cuja frota só aumenta inversamente proporcional com o crescimento do transporte público, que empacou por falta de investimento do poder público, o que só incentiva as pessoas a adquirem mais carros, motos e bicicletas.

Então, esses são os principais eixos de quem realmente está pensando no desenvolvimento imediato da Capital roraimense: saúde, educação e mobilidade urbana. Discurso de que vai manter o que já foi feito pela atual administração não deve ser o parâmetro. Nosso futuro depende de uma mudança imediata e radical de paradigma.

Senão houver ninguém pensando como um estadista, em um curto espaço de tempo seremos a pior cidade para se viver e cuidar de nossos filhos. E não adiantará de nada essa fachada com praças bonitinhas dentro do vidrinho com ruas bem iluminadas. O eleitor precisa estar atento para escolher quem realmente está pensando no bem-estar coletivo.

Essas eleições são cruciais para nosso futuro e presente imediato da cidade.

*Colunista

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