Chanceler terá que dar explicações a senadores sobre visita de secretário de Estado dos EUA - Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, deverá ir ao Senado Federal na quinta-feira (24), às 10h, para explicar a visita do secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, a Roraima, na última sexta-feira (18).

O requerimento foi aprovado pela Comissão de Relações Exteriores (CRE) nesta segunda-feira (21) no início da primeira reunião para sabatinar diplomatas indicadores para embaixadas brasileiras. Senadores também aprovaram uma nota de repúdio aos ataques do secretário estadunidense à Venezuela.

O pedido para ouvir Ernesto Araújo partiu do senador Telmário Mota (Pros-RR), que, após ouvir as ponderações de outros parlamentares, aceitou transformar o adiamento das sabatinas em um convite ao ministro Ernesto Araújo em uma nota de repúdio à visita de Pompeo.

O senador apontou que agora que Roraima conseguiu “pacificar” a situação migratória da Venezuela, os Estados Unidos trazem transtorno para a região ao usar o estado de palanque para a campanha eleitoral do presidente Donald Trump. Telmário pede no requerimento que o chanceler brasileiro explique a visita de Mike Pompeo.

“Na hora do pico da crise migratória, os Estados Unidos não ajudaram. Agora que resolvemos, chega o “seu” Pompeo e oferece uma migalha de 30 milhões de dólares. E de lá detona dizendo que vai derrubar o [presidente da Venezuela Nicolás] Maduro. O Brasil não é colônia dos Estados Unidos. Isso fere a nossa soberania” criticou Telmário.

Líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) afirmou que as preocupações de Telmário são legítimas, mas apontou, antes da decisão por converter o requerimento em um convite, que existiam outros meios de discutir a visita de Pompeo a Roraima.

“Precisamos ter nossos representantes posicionados para que a gente possa defender os nossos mercados e os empregos para milhares de brasileiros. As preocupações do senador Telmário podem ser amparadas por esta comissão. Existem outros remédios, outros caminhos para que possamos aprofundar e debater essa questão da relação do Brasil com a Venezuela e com os Estados Unidos”, avaliou Bezerra.

VOTO DE CENSURA

O senador Jaques Wagner (PT-BA) propôs um voto de censura à visita do Departamento Americano a Roraima, por considerar a forma “inapropriada” como a visita foi feita.

“Não somos base dos EUA! Não precisamos macular nossas relações com os EUA nem com os vizinhos da América do Sul. É um absurdo que esse monitoramento esteja sendo admitido, transformando o Brasil num quintal americano. Queremos uma relação com os EUA com independência”, afirmou o parlamentar em rede social.

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