Deputado federal Nicoletti e o vice-prefeito Arthur Henrique: o endinheirado e o pobrezinho (Fotos: Divulgação)

Esta coluna achava que já havia enterrado definitivamente o assunto sobre o candidato a prefeito Antonio Carlos Nicoletti, que está deputado federal pelo PSL. Afinal, ele se nivelou aos demais atores da velha política e não tem mais nada de novo para ser referência ou diferencial nestas eleições municipais de 2020.

Mas não. O assunto voltou. Nicoletti novamente recorreu à Justiça Eleitoral para mais uma vez censurar o que é comentado aqui, neste espaço. E, pela segunda vez, o candidato perdeu. Além de seu apreço por agir pelas vias não democráticas, porque ele pode pedir direito de resposta, como determina as leis vigentes, os fatos indicam que o deputado candidato tem muito dinheiro para gastar com advogado.

O candidato tem recorrido ostensivamente às ações judiciais para silenciar jornalistas e até internauta que compartilhe comentários que os desagradam nas redes sociais. É muita grana entrando no bolso de advogado, o que levanta questionamento sobre onde ele consegue tanto dinheiro assim.

Em sua declaração de bens entregue ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que é uma exigência aos candidatos que disputam o pleito, Nicoletti informou o valor de R$825 mil. Nada mal para quem está há menos de dois anos na política e recebia antes salário de policial rodoviário federal. Bem perto de veteranos da velha política, como o ex-deputado federal Luciano Castro (PL), que declarou R$ 1 milhão.

Diante deste comportamento, agora a avaliação está nas mãos dos eleitores, para analisar o comportamento de Nicoletti em optar por gastar muita grana com advogado, a fim de tentar silenciar quem o critica, e por já estar caminhando para acumular muitos bens em pouco tempo de política.

O candidato ‘coitadinho’ zero bens

Na linha oposta das altas cifras declaradas ao TRE está o candidato da prefeita Teresa Surita e do seu mentor e mestre, o ex-senador Romero Jucá (ambos do MDB). O vice-prefeito Arthur Henrique (PSD) declarou que não tem nenhum bem. Isso mesmo: zero valor, nada de bens, como se fosse um pobre coitado.

Qualquer pai ou mãe assalariado na periferia tem mais bens do que ele, como uma moto ou um carro e uma humilde casa. Mas o candidato de Jucá não tem nada a declarar, o que também levanta questionamento sobre sua conduta, pois, se ele é incisivamente elogiado por Teresa e Jucá como um bom profissional como secretário acumulando cargo de vice-prefeito, o que ele faz com a sua grana?

Teria o candidato de Jucá problemas com a Receita Federal ou, em outra hipótese, tenta se esconder do fisco? Teria algum problema particular em disputa de bens a ponto de não ter nada em seu  nome? Ou ele já vem treinando a agir como seu novo mentor e mestre a colocar tudo no nome de terceiros? (É laranja que se chama?!)

Não podemos esquecer que, no caso da Fazenda Recreio e do conjunto residencial Vila Jardim, não foram Teresa e Jucá que tiveram mandados de prisão e de busca e apreensão durante a Operação da Polícia Federal intitulada Anel de Giges, em 2017.

Foram os filhos deles, de Teresa e Jucá, os alvos da operação, os quais são investigados sobre o superfaturamento de R$2 milhões na venda do terreno para a construção do Vila Jardim e R$32 milhões na própria construção do conjunto habitacional. É um escândalo em nível nacional que espera resposta até hoje da Justiça.

Enquanto os cidadãos esperam por respostas, é bom que o eleitor analise as declarações de bens de todos os candidatos entregues ao TRE. Os números (ou falta deles) falam por si só e  dão uma pista do que se esconde por trás do que deveria ser apenas uma simples candidatura Prefeitura de Boa Vista.

*Colunista

1 comentário

  1. Não sei vocês, mas eu acho uma falta de respeito com o cidadão ter eleições no momento da pandemia. É como se tivesse um país inteiro imunizado para ir as urnas.
    O país inteiro está desorganizado diante a situação que está ocorrendo.

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