Um dos inúmeros memes que circulam na internet sobre o grupo da deputada Shéridan

Quanto mais informações vêm à tona, mais fétido fica o caso do dinheiro na cueca do senador Chico Rodrigues (DEM), durante busca e apreensão feita pela Polícia Federal, que investiga um esquema de desvio de dinheiro, proveniente de emenda parlamentar para o combate ao coronavírus.

Afastado do cargo de senador por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), cuja decisão precisa ser apreciada pelo Senado, e também do posto de vice-líder do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Câmara, Chico virou meme e alvo das piores piadas em nível nacional. É o Estado de Roraima mais uma vez mostrando que é terra fértil para corrupção.

Embora as operações da PF nada tenham a ver com a campanha eleitoral, as investigações atingem em cheio todo o núcleo do grupo que conduz a candidatura à Prefeitura de Boa Vista da deputada federal Shéridan de Oliveira (PSDB): os senadores Chico Rodrigues e Mecias de Jesus, além do filho de Mecias, o deputado federal Jhonatan de Jesus (ambos do Republicanos) e o ex-deputado federal Abel Galinha, este último alvo da operação em curso hoje.

Não à toa esse grupo fez de tudo e prometeu o mundo para o governador Antonio Denarium (sem partido) entregar-lhes a condução do Estado. É o mesmo governador que negava que nada sabia dos seguidos escândalos a que esteve submetido o setor de saúde do Estado. E Denarium caiu no conto e no canto da sereia, que neste caso o papel é de Shéridan, que também tem sua longa ficha de escândalo nesses dois seguidos mandatos.

O dinheiro na cueca de Chico Rodrigues revela a sanha antes oculta somente às roupas intimidas. Nessa campanha eleitoral, o grupo já revelava em áudios de Whats vazados comentando que, se Shéridan ganhar, “o céu será o limite”, bem típico daqueles grampos revelados durante a Operação Lava Jato.

Essas investigações sobre desvio de recursos públicos da saúde pública representam um escândalo que não apenhas envergonham uma nação inteira que está sofrendo duramente pela ação da pandemia, mas por seguidos anos de sucateamento da saúde pública, com o Hospital Geral de Roraima (HGR) e o Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth colapsados bem antes da Covid-19.

Não foi só em Roraima. Havia um grande esquema na maioria dos estados para se locupletar com os recursos destinados à prevenção e combate ao coronavírus, enquanto as pessoas penavam na fila dos hospitais e morriam sem poder a família se despedir por meio de um velório digno. A grande imprensa mostrou a farra que os operadores faziam, enquanto os caixões saíam lacrados dos hospitais.

Em Roraima, enquanto um grupo desviava dos recursos destinados à pandemia, os postos municipais de saúde estavam desmobilizados, com a prefeita Teresa Surita (MDB) reduzindo de 30 para apenas oito unidades para atender a população no atendimento médico. Não houve o mínimo de piedade com a população. Chegou a hora de dar o troco.

 

Teresa não tem respaldo para fazer graça

Prefeita Teresa Surita tenta captar dividendos com operações policiais (Foto: Divulgação)

A prefeita Teresa desde o início da pandemia tenta captar dividendos políticos em cima dos escândalos que surgiam na saúde estadual, a ponto de criar e alimentar uma guerra particular com o governador Antonio Denarium. Com essas últimas operações da PF, a prefeita novamente tenta fazer graça para beneficiar-se politicamente da questão.

Teresa tentou, de todas as formas, não assumir sua responsabilidade no atendimento primário no combate à Covid-19, tentando de todas as formas culpar o HGR sozinho. Mas, pressionada pela opinião pública, a Prefeitura teve que se organizar para atender a população nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) a fim de evitar que a doença se agravasse e levasse as pessoas para o HGR ou direto para o cemitério.

Enquanto fazia guerra particular com Denarium, tentando desviar a atenção para sua responsabilidade, Teresa Surita concentrou sua administração em publicidade e inaugurações de reformas de praças, além de apontar como prioridade máxima a obra de construção da nova orla. Até hoje essa sua prioridade, a ponto de lavar as mãos para a prevenção e combate ao coronavírus.

 

Campeã de publicidade sob suspeita

 

Teresa Surita sabe trabalhar com inverdades, por meio de transformar publicidade em verdades empurradas goela abaixo da população. Teresa é especialista em fazer publicidade. Vale lembrar que, em 2014, Teresa Surita, com duas empresas de publicidade, foram condenadas por ato de improbidade administrativa.

Quando o Ministério Público de Roraima (MPRR) conseguia enxergar algo na Prefeitura, o órgão ministerial investigou e a Justiça condenou a prefeita por uso de verbas públicas utilizadas no financiamento de campanha publicitária para promoção pessoal.

Conforme a investigação, em 29 de julho de 2003, a Prefeitura de Boa Vista firmou contrato com uma empresa de publicidade no valor estimado em R$ 2 milhões, com vigência de 18 meses, prorrogando por mais 18 meses, para serviços de publicidade.

O Ministério Público de Roraima (MPRR) abriu investigação contra a prefeitura de Boa Vista para apurar possível ato de improbidade administrativa decorrente da contratação de empresa especializada em compra de perfis falsos no Facebook.

Em 2019, o MPRR de outrora abriu procedimento preparatório para apurar contratação de empresa para criar ou distorcer informações por meio das redes sociais. O processo foi com base no uso de perfis falsos,  conduzido pelo promotor Hevadro Cerutti, da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público.

Como se pode perceber, a prefeita Teresa Surita não tem qualquer respaldo para ficar gracejando nas redes sociais sobre os problemas de saúde do Estado, enquanto ela foi omissa no início da pandemia, além de ficar fazer publicidades para ludibriar a opinião pública. Os fatos são bem visível. Só se engana quem quer.

*Colunista

 

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