Enquanto Teresa Surita só pensa em luzes de Natal e a nova orla, Denarium tenta cadastrar eleitores para receber cesta básica (Imagens: Reprodução)

O que está ocorrendo nesta reta final do primeiro turno da campanha eleitoral, em Boa Vista, não é apenas vergonhoso. É muito mais que isso o que vem fazendo a prefeita Teresa Surita (MDB) e o governador Antonio Denarium (sem partido) no desespero de eleger seus candidatos à Prefeitura de Boa Vista.

No Governo do Estado, a Polícia Federal recebeu denúncias e montou uma ação que flagrou servidores públicos, entre eles bombeiros militares em desvio de função, fazendo cadastro de eleitores para receber cesta básica. Inclusive há indícios de que estas pessoas inscritas do “Cadastro Cidadão” iriam receber R$300,00 também.

Denarium, quando era apenas um candidato em campanha, prometeu não só manter o programa Crédito Social como também aumentar o valor. Ao se eleger, não só acabou com o programa como não criou outro que ele havia prometido. Agora, faltando menos de uma semana para a eleição, o governo tenta desesperadamente cadastrar o povo.

Não há outro pensamento na cabeça do cidadão consciente do que acreditar que isso se pode ser chamada de compra de voto, na tentativa de eleger a candidata do grupo do escândalo da cueca, a deputada Shéridan Oliveira (PSDB), a quem Denarium entregou o seu governo.

Mesmo o Ministério Público Eleitoral recomendando que o governo parasse de fazer o cadastro e de distribuir cesta básica, as ações continuaram nas escolas estaduais, onde um grupo de deputados flagrou os servidores fazendo cadastros para que os eleitores recebessem cesta básicas.

Do outro lado, Teresa Surita só fala em luzes do Natal antecipado, eventos em praças públicas e na conclusão da nova orla, o Parque Rio Branco, onde a prefeita visita periodicamente para cobrar pressa na conclusão das obras, para que ela possa inaugurar logo, e fazer vídeo de cima da torre, que é o seu novo xodó político.

Enquanto isso, ela e o ex-senador Romero Jucá (MDB) nunca fizeram uma visita sequer para fiscalizar o atendimento nos postos de saúde, desde o início da pandemia, onde até hoje não há estrutura para atender as pessoas vítimas do coronavírus. E as mortes por Covid-19 voltaram a assombrar a população boa-vistense, enquanto Teresa antecipou as luzes de Natal, formando aglomerações neste momento crítico do retorno da doença.

Por que Teresa apagou as luzes das praças e agora faz questão de antecipar a decoração natalina faltando uma semana para as eleições? Da mesma forma que a atitude de Denarium só leva a crer em campanha eleitoral, o comportamento de Teresa leva o cidadão a enxergar que se trata de uma tática desesperada para eleger seu sucessor à Prefeitura.

É um desespero tão grande que Teresa e Jucá levam seu candidato a tiracolo para todos os lugares onde haja qualquer quantidade de gente, enquanto no passado eles não iam a reuniões que não tivessem mais de cem pessoas. É o mesmo desespero visto na ânsia de Denarium em distribuir cesta básica em cima do dia da votação.

Não há limites quando se trata da politicalha. Deram um jeito de fazer todo mundo esquecer que a saúde pública é a prioridade absoluta para a população neste momento crítico e que uma nova política havia começado a partir da onda bolsonarista que surgiu nas eleições presidenciais. Mas tudo isso foi esquecido e a velha política passou a reinar de novo.

Teresa e Denarium estão atolados até o pescoço com seus acordos para se manterem vivos politicamente em 2022. E quem vai pagar o preço é a população, inclusive já foram milhares de mortos pelo coronavírus, enquanto Prefeitura e Governo do Estado faziam uma guerra política para mostrar quem era menos eficiente na saúde pública.

E muitos ainda vão pagar o preço com a vida. Ninguém pode esquecer o escândalo da cueca, como ficou conhecido o caso de corrupção com dinheiro destinado para o combate à Covid-19, protagonizado por um dos cabeças do grupo apoiado por Denarium. Nem pode cair no esquecimento o caso das cestas básicas superfaturadas compradas por Teresa com recursos destinados à pandemia.

Ou a memória do povo é mais curta do que se pensa?

 *Colunista

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