FOTO: DIVULGAÇÃO

Enquanto bandidos encapuzados executam um homem usando uma submetralhadora na calçada de uma conveniência lotada de clientes, na zona Oeste da Capital, o governador Antonio Denarium (sem partido) usa boa parte dos servidores da Segurança Pública para fazer cadastros de pessoas para receber cestas básicas faltando cinco dias para as eleições. Inclusive um novo secretário foi nomeado por pressão política do novo grupo que domina o governo.

Na esfera municipal, enquanto a prefeita Teresa Surita (MDB) desvia a atenção do eleitor com luzes de Natal ligadas antes do tempo, professores cobram o pagamento da partilha da sobra do Fundo Nacional do Desenvolvimento do Ensino Básico (Fundeb) e protestam contra a atitude da Prefeitura ao lançar prêmio de gestão escolar em um ano em que sequer teve aula presencial.

Protesto de professora municipal contra prêmio de gestão escolar (Foto: Divulgação)

Esses são apenas dois pequenos retratos do absurdo do que Teresa, sob comando do ex-senador Romero Jucá (MDB), e Denarium, sob as ordens do grupo do escândalo da cueca, estão fazendo nesses últimos dias que restam de campanha eleitoral no afã de elegerem seus candidatos à Prefeitura de Boa Vista.

Está bem evidenciado o uso das duas principais máquinas administrativas na politicalha em que todos pregavam estar enterrada após o forte movimento em que boa parte do eleitor culpava apenas o PT por tudo de ruim na política brasileira. Mas as eleições deste ano estão servindo para desmascarar e comprovar que a sujeira é ampla em quase todos os partidos.

O grande absurdo em Roraima pode ser balizado a partir do governador Denarium, que se elegeu com o discurso de não político e pela moralização do bem público, mas provou ter sido uma grande farsa, a maior dos tempos atuais, a ponto de entregar seu governo a um grupo cujo um dos cabeças foi pego pela Polícia Federal com dinheiro na cueca.

Na outra ponta, Teresa e Jucá são os resquícios da velha política que lutam para manter o legado de ganhar muito dinheiro às custas do contribuinte. Jucá, um campeão de processos judiciais, chegou ao Estado de Roraima no final da década de 1980 para ser o executor de uma política entregacionista das riquezas da Amazônia para grandes mineradoras e madeireiras. Até hoje ele tenta liberar o garimpo como seu principal projeto de vida.

Em sua companhia, Jucá trouxe para Roraima a nova esposa, Teresa, que ele conheceu nos gabinetes de Brasília vendendo cosméticos, conforme os jornalistas adversários da época divulgavam amplamente nos jornais locais. Ficou rica só fazendo política ao lado do então marido e, atualmente, está casada com um comunista criado em Cuba que, em três anos morando em Boa Vista, na fazenda da nova esposa, já tem uma empresa de R$12 milhões e ainda se diz investidor em Nova York.

Assim como Denarium, que chegou ao Estado como gerente de banco e alega que ficou rico montando uma empresa de factoring (a ex-governadora Suely Campos disse que na verdade ele fazia agiotagem), Teresa e Jucá sempre contrataram empresas de São Paulo, sob licitações sempre contestadas judicialmente, ganhando rios de dinheiro para fazer obras e realizar serviços em Boa Vista. Somente uma delas, a Sanepav, já faturou quase meio bilhão de reais em 20 anos de Teresa como prefeita.

Os fatos estão expostos para qualquer um que queira enxergar e podem ser conferidos pelo cidadão munido de celular e internet. O Estado de Roraima sempre foi refém dessa política, cujos principais ingredientes estão sendo usados por meio das duas máquinas administrativas. Eles sempre querem mais, por isso brigam desesperadamente pela Prefeitura de Boa Vista.

Enxerga o óbvio quem quer. A arma para quem quer realmente mudar isso está na mão do eleitor e pode ser usada neste domingo.

*Colunista  

Deixe seu comentário

Please enter your comment!
Please enter your name here