Senador Chico Rodrigues. Foto: reprodução

O Ministério Público de Roraima pediu ao Supremo Tribunal Federal acesso às provas do inquérito em que a Procuradoria-Geral da República (PGR) investiga o senador licenciado Chico Rodrigues (DEM-RR), flagrado pela Polícia Federal com dinheiro entre as nádegas. A decisão cabe ao ministro Luís Roberto Barroso.

Autor do requerimento, o promotor Luiz Antônio Araújo de Souza espera usar a documentação em um procedimento preparatório instaurado para apurar a prática de improbidade administrativa na compra de equipamentos de proteção individual superfaturados da Quantum Empreendimentos, empresa ligada ao parlamentar, pela Secretaria Estadual de Saúde.

Em setembro, a investigação do caso na esfera penal resultou na Operação Desvid-19, que mira o desvio de 20 milhões de reais em emendas parlamentares destinadas ao combate ao novo coronavírus. Na ocasião, a PF encontrou 33,1 mil reais na cueca do parlamentar.

Em razão do episódio, o ministro Luís Roberto Barroso determinou o afastamento de Chico Rodrigues do mandato pelo prazo de 90 dias — a ordem teria de ser aprovada pelo plenário do Senado. Para sair dos holofotes, o próprio parlamentar pediu uma licença de 121 dias, abrindo mão do salário.

“O pedido de compartilhamento de provas em comento se justifica pelo fato de ter se tomado público o possível envolvimento do parlamentar Francisco Rodrigues na contratação da empresa Quantum Empreendimentos e Saúde, de modo que poderá restar implicado nos atos ímprobos investigados pelo Ministério Público do Estado de Roraima”, anotou o promotor Luiz Antônio Araújo no pedido endereçado à Suprema Corte.

Chico Rodrigues tem uma relação próxima com a Quantum. O parlamentar chegou a pedir ao ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, em abril, um avião da FAB para transportar materiais da empresa. A informação consta do inquérito ao qual o MPRR quer acesso.

O requerimento causou estranheza porque, como destacou a Polícia Federal, “o ônus e os custos correspondentes do transporte incumbem, por regra, à empresa contratada pelo Poder Público”. A Quantum recebeu 3,2 milhões de reais para fornecer kits de detecção de covid-19 para o governo de Roraima.

A empresa está registrada em nome de Roger Henrique Pimentel, cunhado de uma assessora de Chico Rodrigues. A servidora, identificada como Samara de Araújo Xaud, é mulher de Jean Frank Padilha Lobato, apontado por testemunhas como o operador do senador.

Além disso, nas investigações, a empresa foi identificada pela PF como uma das que supostamente se beneficiava da influência do senador dentro da Secretaria Estadual de Saúde.

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