No ano passado, população foi incentivada a perder o medo do coronavírus nas seguidas inaugurações de praças (Foto: Divulgação)

Chegou o momento em que a população boa-vistense vai precisar de um prefeito que corrija os erros de sua antecessora e encare o atendimento primário nos postos municipais como prioridade absoluta no combate ao coronavírus nesse novo momento crítico.

A então prefeita Teresa Surita (MDB) apertou o botão do “lasque-se”, muito antes da campanha eleitoral e, junto com seu mentor e mestre, o ex-senador Romero Jucá (MDB), promoveu uma série de inaugurações de praças, incentivando a população a ignorar as mais básicas das recomendações de prevenção.

Também relaxou completamente na fiscalização nas praças, permitindo que a população perdesse o medo e não se submetesse mais a qualquer orientação, fazendo aglomerações desnecessárias. Inclusive, reforçando essa atitude, antecipou as luzes de Natal.

Na campanha eleitoral, os políticos também foram responsáveis por impor ao eleitor um “liberou geral” em reuniões e comícios, tudo em busca do voto, enquanto muitas pessoas buscavam seu ganha-pão como cabos eleitorais, diante de uma população incentivada a perder o medo da doença.

A consequência de todo esse descaso e irresponsabilidade estamos vendo agora, com a população completamente incontrolável, restando somente ao comércio exigir que se faça a higienização das mãos e o uso de máscara. Apenas os empresários estão fazendo sua parte e, ainda assim, são os primeiros penalizados com medidas restritivas.

O prefeito Arthur Henrique (MDB) decidiu novamente apagar as luzes das praças, as quais foram liberadas na administração dele mesmo como vice. Mas isso não é suficiente. É necessário que as Unidades Básicas de Saúde (UBS) assumam o seu papel, ampliando o número de postos para atendimento, fazendo testagem em massa e aplicando os protocolos necessários.

A guerra contra o coronavírus se ganha nos postos municipais de saúde, no atendimento primário, evitando que as pessoas tenham seu quadro clínico agravado e assim sejam forçadas a buscarem atendimento nos hospitais que já estão superlotados.

E foi exatamente isso que a administração anterior deixou de fazer, preferindo dar início a uma guerra política com o Governo do Estado, enquanto as pessoas penavam na fila dos  hospitais ou morriam antes de conseguir uma vaga.

O momento exige que Prefeitura corrija os erros anteriores, adote o protocolo correto nas UBS e amplie o número de postos de saúde no atendimento a Covid-19, dando condições para que um maior número de pessoas possa buscar atendimento precoce, para que se evite o pior, sufocando as unidades de saúde.

Afinal, é bom sempre lembrar, de praças já estamos bem servidos em Boa Vista. Agora precisamos de postos de saúde agindo no padrão Fifa.

Manaus (AM) está dando exemplo sobre o que pode ocorrer quando os governos falham e a população ignora as orientações básicas. Por isso mesmo, essa é uma guerra cuja linha de frente exige a Prefeitura de Boa Vista e as demais prefeituras do interior, junto com uma população consciente da importância de fazer sua parte.

Se assim não for, com cada governo e a sociedade assumindo seu papel, só nos restará chorar nossos mortos ou suplicar por vagas em hospitais colapsados. O momento exige ações rápidas para corrigir  erros anteriores  e tomar decisões certas para evitar que o pior ocorra, como está acontecendo com os amazonenses.

*Colunista

 

 

 

 

 

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