Foto: Divulgação/PMBV

Durante todo o mês de dezembro passado, antes de o novo prefeito Arthur Henrique (MDB) assumir, a então prefeita Teresa Surita (MDB) já havia deixado tudo preparado para realizar festas para o povo, nas praças, teatro e outros locais públicos. Os processos licitatórios começaram a ser publicados pela Fundação de Educação, Turismo, Esporte e Cultura (Fetec) de Boa Vista, ultrapassando os R$10 milhões.

A Prefeitura já havia escancarado mesmo seus eventos, ignorando os riscos do coronavírus, e só pensava nas festas para o fim de ano e para este novo ano. Mesmo com a chegada da segunda onda, com hospitais lotados e muitas mortes nesse início de ano, os processos licitatórios para festas e shows pirotécnicos não pararam, mesmo com os grandes eventos cancelados, como Carnaval e arraial junino, um indicativo de que tudo deverá seguir como na administração anterior.

Ao longo do mês de janeiro, os contratos para realizar eventos, como aqueles para montar de estrutura de palco, sonorização, trioelétrico, iluminação e outros, passaram a ser publicados no Diário Oficial do Município (DOM). No dia 26 daquele mês, finalmente foi publicada a homologação do contrato de maior valor, de R$9,6 milhões para sonorização, iluminação cênica e carro de som. Nem a volta das restrições em relação à pandemia fez a Fetec recuar.

Contrato no valor de R$9,6 milhões homologado pela Fetec no dia 26 de janeiro

Mesmo sem poder realizar eventos culturais e festas populares, a Prefeitura vai gastar mais de R$10 milhões que poderiam estar sendo utilizados para outras prioridades, já que havia o discurso de que a oposição na Câmara de Vereadores prejudicou o município com corte de recursos. E sem contar que por um bom período não poderá ser realizado evento com aglomeração de pessoas.

Mas há uma explicação para o prefeito Arthur Henrique não colocar um freio na Fetec. Porque essa instituição é a “menina dos olhos” de sua chefa, a ex-prefeita Teresa Surita, que deixou todas as licitações em andamentos antes de repassar-lhe o cargo. E, agora, Teresa está de volta para acompanhar tudo de perto, desta vez como consultora-geral do Município. Ela passou a ser sua sombra e assombração.

Teresa só pensa em festas públicas como garantia de seu nome e de seu legado em praças ficarem em evidência o tempo todo. Não interessa se as pessoas estão morrendo nos hospitais. Logo o povo perderá o medo de novo e todos estarão se aglomerando nas praças, diante das festas públicas que já estão contratadas a peso de ouro.

Um fato é certo. Todos esses gastos para realização de festas públicas e eventos culturais que aglomeram estão sendo realizados como se estivessem passando por cima do cadáver das vítimas da pandemia. Mas será se o povo está ligando para isso?

*Colunista

 

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