Irmã Ana Maria, coordenadora no abrigo Casa São José, em Pacaraima, fronteira Brasil/Venezuela. Foto: Arquivo Pessoal

Policiais federais, civis e militares de Roraima, entraram nessa quarta-feira (17) no abrigo Casa São José, em Pacaraima, ao Norte de Roraima, e tentaram deportar cerca de 55 mulheres e crianças venezuelanas que viviam no local. Na ação, a freira que dirige o local, irmã Ana Maria da Silva, de 60 anos, foi detida e levada à delegacia para prestar depoimento.

Os policiais que entraram no abrigo são ligados à Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO )e foram ao local dar apoio a uma equipe da Vigilância Sanitária do município, que havia recebido uma denúncia de aglomeração no local, contrariando o decreto municipal em Pacaraima que proíbe ajuntamento de pessoas.

Para o Ministério Público Federal e a Defensoria Pública da União, no entanto, a ação não foi motivada por razões sanitárias. As instituições entraram com ação na Justiça para impedir que a União deporte imigrantes enquanto a fronteira do Brasil com a Venezuela estiver fechada. “As famílias abrigadas, tão-somente mulheres e crianças, totalizando cerca de 55 (cinquenta e cinco) pessoas, foram encaminhadas para deportação”, diz trecho da ação.

fronteira com a Venezuela está fechada desde o dia 18 de março do ano passado, como medida do governo federal para conter o avanço do novo coronavírus. Apesar do fechamento, dezenas de migrantes atravessam a fronteira a pé até o Brasil. No fim de fevereiro, o governo de Roraima lançou a Operação Horus, no final de fevereiro, com o intuito de resguardar as fronteiras e combater a imigração ilegal de venezuelanos.

Em nota, a Polícia Civil de Roraima informou que duas pessoas foram detidas durante a operação em razão do decreto municipal de Pacaraima que, entre outras medidas, proíbe aglomerações.

“A ação percorreu vários pontos de Pacaraima. Dentre eles em uma igreja, onde havia a aglomeração de 18 pessoas, a maioria sem máscara de proteção facial, e em uma residência, que atua como base de apoio humanitário, em que havia 60 pessoas, a grande maioria de origem venezuelana, mulheres e crianças, vivendo em ambiente insalubre, irregulares no Brasil”, complementou a corporação em nota.

A Polícia Federal não respondeu aos questionamentos até o fechamento da matéria

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