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O atraso na construção do Linhão de Tucuruí já custou RS 2,6 bilhões aos consumidores brasileiros. O cálculo feito pelo Instituto Acende Brasil a pedido do jornal Valor Econômico, considera os subsídios embutidos na conta de luz para a geração termelétrica local desde 2015, ano em que o empreendimento, que finalmente conectará Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN) deveria ter entrado em operação.

Licitado há quase 20 anos, o projeto não teve sequer as obras iniciadas devido a um impasse no licenciamento ambiental e há pouca visibilidade sobre seu futuro. Recentemente, uma decisão judicial abriu caminho para a relicitação do empreendimento, o que poderia atrasar ainda mais a ligação do estado ao SIN e prolongar a situação delicada do abastecimento elétrico local. No cenário mais otimista, com o começo das obras ainda neste ano, a linha ficaria pronta em 2024.

Na ausência do linhão e da importação de energia da Venezuela, Roraima vem dependendo integralmente da geração termelétrica local, com combustível subsidiado pela Conta de Desenvolvimento Energetico (CDE), encargo cobrado na conta de todos os consumidores do pais.

De 2015 a 2020, o custo total da energia no Estado somou RS 4,4 bilhões, segundo cálculo do Acende Brasil. Os valores passaram a superar R$ 1 bilhão por ano a partir de 2019, quando as importacões da Venezuela foram interrompidas.

No fim de março, a novela do linhão ganhou um novo capítulo com uma decisão em primeira instancia da Justiça do Distrito Federal que rescinde o contrato entre União e a Transnorte Energia—formada por Alupar (51%) e Eletronoire (49%) — e prevê indenização a concessionaria. A decisão foi dada numa ação aberta pela própria TNE, que, além de não conseguir a licença de instalação para as obras, discorda dos termos para reequilíbrio do contrato proposto pela Agência Nacional de Energia Eletrica (Aneel).

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