Foto: Divulgação/CIR

Com forte presença garimpeira nas reservas indígenas de Roraima, lideranças das comunidades Raposa Serra do Sol e Malacacheta agiram de forma independente para garantir a proteção de suas terras e a segurança do seu povo. Barreiras de monitoramento territorial foram reativadas em 12 pontos estratégicos, entre os municípios de Uiramutã, Normandia e Cantá.

Ao Roraima 1, Ivo Macuxi, assessor jurídico do Conselho Indígena de Roraima (CIR), explicou que as barreiras de monitoramento já existiam há algum tempo. No entanto, durante a pandemia de Covid-19, as atividades foram suspensas, mas retomadas com o aumento de invasores, principalmente, de garimpeiros e de turistas que insistiam em ter acesso.

“Essas barreiras que foram criadas tem impedido a entrada de material que vai para o garimpo: motores, combustíveis, alimentos, bebida alcoólicas e drogas. Nos últimos dias, lideranças indígenas enviaram vários relatórios para o CIR citando essas irregularidades”, informou Macuxi.

Os relatórios enviados são encaminhadas para as polícias e órgãos de fiscalização afim de realizar investigações e apreensões.

O trabalho na barreira foi estruturado por cada região. Algumas lideranças acompanham o Grupo de Proteção e Vigilância Territorial (GPVIT), formado por jovens, mulheres e homens, mas todos com o objetivo de fazer a vigilância dos territórios para o bem viver das presentes e futuras gerações.

“Não há nenhuma parceria com órgão de fiscalização [polícias e/ou de proteção ambiental]. A barreira tem impedido a entrada de bebidas alcoólicas e até mesmo reduzido a violência entre as mulheres indígenas. Não há impedimento da circulação de pessoas, mas um monitoramento para evitar ilícitos nas comunidades”, disse o assessor jurídico.

Ainda segundo Ivo Macuxi, muitos têm alegado que as barreiras estão impedindo o acesso à sede dos municípios, o que não é verdade. O assessor jurídico reforçou que os locais fazem apenas o monitoramento, diante à falta de um plano de monitoramento e proteção à terras indígenas, por parte do estado brasileiro.

“Cabe a União fazer isso, com os órgãos competentes, mas isso não é feito. Foi criado de forma permanente até que o Estado adote alguma providência para garantir a proteção dos territórios diante à uma invasão. Não apenas ilícitos, mas a propagação da Covid”, pontuou.

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