Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Em 2020, o Brasil ficou na 57ª posição em uma lista de 64 países que formam o Anuário de Competitividade Mundial feito pelo IMD World Competitiveness Center, pesquisa que verifica o ambiente econômico e social do país para gerar inovação e se destacar no cenário global.

Com o resultado, o Brasil caiu uma posição em relação ao ranking de 2019, depois de quatro anos seguidos de avanços – de acordo com a entidade, isso aconteceu por conta da entrada de um país a mais na lista deste ano (a africana Botswana, em 61ª).

“Em fatores relativos e absolutos, o Brasil ficou parado. O Brasil de 2020 não avançou, mas também não retroagiu, o que é uma notícia ok”, disse Carlos Arruda, diretor do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral, parceira do IMD na elaboração do ranking. Os vizinhos Chile (44º), México (53º) e Colômbia (54º), por exemplo, perderam mais de duas posições do ano anterior para este. 

Ainda assim, o desempenho morno ao lado de uma colocação entre as piores está longe de ser uma boa notícia. “O Brasil não vai se realizar como o país do futuro que gostaríamos, essa é talvez a maior ameaça”, disse Arruda, que falou em entrevista à analista de economia da CNN Thais Herédia.

“Não vejo o Brasil perdendo mais posições, já está em um nível muito inferior. São 64 países, vai ficar ali entre o 60 e o 64, subindo e descendo nessas posições, mas não é isso que queremos.” 

PANDEMIA

Em um ano em que a pandemia atingiu em cheio o equilíbrio de virtualmente todos os países do mundo, o ranking de competitividade global do IMD assistiu a uma grande dança das cadeiras, com muitos países caindo e outros tantos galgando mais posições. 

A lista de 2020 acabou encabeçada pela Suíça e a Suécia, que deram um salto de duas e três posições de um ano para o outro, respectivamente, e jogaram para trás Singapura, que liderava em 2019 e caiu para a quinta colocação. 

Atrás do Brasil, no final da fila, aparecem, pela ordem, Peru, Croácia, Mongólia, Botswana, África do Sul, Argentina e, por último, Venezuela.

BEM NA ECONOMIA, PÉSSIMO NA EDUCAÇÃO

Enquanto em termos de crescimento econômico, um dos quatro eixos avaliados pelo estudo, o Brasil se saiu melhor que muitos outros e teve uma melhora na avaliação, outras frentes como complexidade regulatória, inovação e educação fizeram seu desempenho final ficar pior. 

Nos quesitos de finanças públicas e de educação, por exemplo, o Brasil ficou em 64º lugar, quer dizer, foi o pior de todos os países analisados. Por outro lado, avançou oito posições e ficou em 36º no critério que avalia o desempenho da economia doméstica.

“Os países que avançaram, principalmente nas primeiras posições, são os que fizeram, no passado, escolhas estratégicas de inovação e avanço tecnológico”, disse Arruda. “Os que ficaram parados, como o Brasil, ou retroagiram, foram impactados mais no curto prazo pela pandemia. O risco é a continuidade. Daqui três, quatro anos, os países que paralisaram talvez percam competitividade. Essa é a minha maior preocupação com o Brasil.”

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