Pesquisa válida para o T.R.E foi encomendada pela afiliada da Record em Roraima. Foto: reprodução - Roraima Em Tempo.

Dos criadores de “Ottaci vai ganhar a Prefeitura no primeiro turno”, vem aí, “Denarium tem 33% das intenções de voto, contra 43% de Teresa”.  Por mais que eu não perca uma oportunidade de fazer piada com esse tipo de apelação, essa merece uma atenção especial. Sim, pois este também é o questionamento da Justiça Eleitoral, com direito a decisão liminar do desembargador Ricardo Oliveira, sob pena de multa diária de R$500 ao secretário de Justiça e Cidadania do Estado, André Fernandes, por compartilhar a pesquisa em questão; ao instituto, e ao veículo responsável pela divulgação do conteúdo.

O T.R.E estabelece regras para a divulgação de pesquisas para que, justamente, o eleitor consiga se apegar a um norte real, e saber a prospecção estatística – sim, com cálculos, matemática, perspectivas, projeções… é ciência, creia! – daquele momento de ambientação eleitoral. Esses dados são fundamentais para se chegar a um resultado. Mas como órgão sério que é, o Tribunal não leva somente a Estatística em sua cota de consideração de elementos-chave para a análise de dados. Entender como essa pesquisa foi feita, quem a encomendou, e por que foi compartilhada por um secretário de Estado, são informações imprescindíveis que aquela Corte faz bem em reivindicar.

Para o seu conhecimento, a última pesquisa válida junto à Justiça Eleitoral foi encomendada pela TV Imperial, afiliada da Record em Roraima, e aplicada pelo Instituto Padrão. Nela, Teresa Surita (MDB) aparece com 70% das intenções de voto contra 19% do atual governador (PP). Os dados são do fim de outubro de 2021. Só faria sentido cair 30 pontos percentuais em pouco mais de três meses, se a ex-prefeita tivesse seu nome envolvido em algum escândalo. Não foi o caso.

Esta reflexão cabe, antes de tudo, ao eleitor, que não pode mais se deixar levar por esse tipo de maré. Esse método de “uma mentira dita muitas vezes vira verdade”,  é muito antigo, coisa de marqueteiro que mexe com hipnose e se apresenta como coach. É aquela mesma mentalidade de quem manda jogar santinhos na porta da seção eleitoral na madrugada do domingo de eleição, na esperança de um desinformado passar, sem candidato, olhar a foto, ficar com dó e votar.

Com dó a gente já tá. Agora votar…

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