Foto: reprodução

De 2001 a 2019, a energia de Roraima vinha da Venezuela. Assim, era o Linhão de Guri que gerava a energia para grande parte do Estado. Contudo, o que pouca gente sabe, é que o país vizinho enfrenta uma crise energética que começou em 2009. E isso trouxe problemas para o Estado.

Segundo Romero Jucá, a organização da energia no Estado passou por algumas etapas. A primeira foi na época em que ele era o governador. “Em 1989, nós trouxemos a Eletronorte e isso acabou com os apagões naquela época. Mas, o Estado cresceu e a gente precisava de mais energia. Então, a própria Eletronorte ajudou a trazer o Linhão de Guri que serviu bem ao Estado durante um tempo”.

Nesse meio tempo, o presidente do Time MDB RR, Romero Jucá, já discutia a construção do Linhão de Tucuruí. E ele contou como fez isso na segunda parte da série Legados – A Energia de Roraima. “Esse tema sempre foi uma preocupação pra mim. Porque eu entendo que sem a energia o Estado não ia crescer ou produzir. Por isso, eu abracei esse tema”.

Em 2017, por exemplo, o Linhão de Guri gerava 130 megawatts para 10 municípios. No entanto, a necessidade real era de 180 megawatts. Ou seja, o resto vinha das termelétricas que completavam a geração.

“Então, Guri já não era mais suficiente. Por isso, nós trabalhamos para trazer o Linhão de Tucuruí. Assim, eu consegui os recursos para o leilão e o Governo Federal bancou a obra. Ela devia ter ficado pronta em 2015, contudo parou por questões ambientais e indígenas, o que gerou todo o atraso”.

Linhão de Guri: a crise energética

A crise de energia na Venezuela, que começou em 2009, trouxe problemas para Roraima. Assim, quase todos os dias, tinha queda de energia. Porém, em 2018, perto das eleições, o número aumentou muito.

Segundo a ANEEL, o problema estava na falta de manutenção de Guri. Assim, com as usinas térmicas, Roraima driblou em partes os apagões. Porém, em 2018, o Estado bateu recorde de falta de energia.

“A situação ficou horrível. Porque Guri não tinha a manutenção e a energia caia todo dia. Então, eu busquei uma solução e o que a gente tinha na época, eram as termelétricas. Logo, sem elas, o Estado ia ficar no escuro, como a própria Venezuela ficou em 2019”.

Por decisão da ANEEL, em março de 2019, as térmicas assumiram toda a geração de energia de Roraima. No ano passado, o presidente Jair Bolsonaro inaugurou mais uma termelétrica no Estado, a Jaguatirica II. E os testes operacionais estão sendo feitos agora.

De acordo com Romero Jucá, o Estado ainda precisa de Tucuruí. No entanto, defender o tema prejudicou a sua imagem.

“Em 2018, eu defendi as termelétricas como a solução emergencial para a energia de Roraima. E, por isso, sofri ataques e fui alvo de muitas mentiras. Hoje, as pessoas entendem que eu queria o melhor para o nosso Estado. Tanto é que o presidente trouxe mais termelétricas para Roraima. Porém, a solução definitiva é o Linhão de Tucuruí e nós temos que cobrar a obra”.

Os apagões

Segundo os dados da Aneel e da Roraima Energia, a crise na Venezuela afetou o Estado desde 2015. E isso só mudou depois que o Governo Federal encerrou o contrato com Guri, a partir de março de 2019. Portanto, hoje são as termelétricas que geram toda a energia do Estado.

Veja o número de apagões nos últimos anos:

– 2017: 33

– 2018: 85

– 2019: 37

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