Foto: André Oliveira

“Não foi fácil o diagnóstico de uma doença que consumia o mundo de forma trágica, sem ainda ter a oportunidade de tomar a vacina. Não foi fácil também a solidão de um tratamento e o fato de não saber como seria passar por tudo longe da família. Inclusive, fui encaminhada para entubação na véspera do aniversário da minha única filha”. O relato é da enfermeira Élida Diniz, que teve Covid-19 no início da pandemia e passou 32 dias hospitalizada – 16 deles entubada na Unidade de Terapia Intensiva.

Seis meses depois de ter contraído e se curado da doença, que deixou algumas sequelas motora e respiratória, a enfermeira tomou a vacina tão esperada por milhões de pessoas no País. De lá para cá, a profissional atuou na assistência hospitalar e também na imunização da Covid-19. “No hospital, trabalhei na UTI Covid e na imunização, onde tive a oportunidade de vacinar centenas de pessoas que procuravam aquela dose de esperança, para passar por essa pandemia de forma que não fosse grave e tão devastadora”, disse Élida Diniz.

Nesta quinta-feira, dia 9 de junho, se comemora o Dia Nacional da Imunização. A data acende um alerta e chama a atenção da sociedade para a importância da prevenção por meio da vacinação.  “Não se trata de um gesto individual e sim coletivo. As pessoas precisam entender que vacinar traz consigo amor-próprio e amor ao próximo. É quando estamos nos protegendo de adoecermos e protegendo o próximo, para não transmitirmos nenhuma doença. É quando conseguimos criar um bloqueio e viver de forma livre de doenças, de máscaras e de medos”, ressaltou Fernando Virgolino, especialista em vacinação.

A chegada do imunizante contra a Covid-19 no Sistema Único de Saúde (SUS) foi a melhor notícia desde o início da pandemia. Mas antes de a vacina ser disponibilizada em grande escala no Brasil, o Programa Nacional de Imunização (PNI) já era reconhecido mundialmente pela capilaridade geográfica e pelo enfrentamento de doenças. Atualmente, são ofertadas gratuitamente à população brasileira 18 tipos de vacinas, que fazem parte do calendário de rotina. As campanhas de vacinação sempre foram referências em assistência, com papel fundamental das estratégias das equipes de saúde da família nas comunidades.

Porém, os profissionais da saúde acendem um alerta para a queda na cobertura vacinal, tanto para as vacinas de campanhas, quanto para as vacinas de rotina, motivadas também pela desinformação e pelas fakes news.

“Doenças e surtos como a do sarampo e poliomielite, que eram visíveis em tempos atrás, caíram no esquecimento da população que hoje tem de 30 a 50 anos. Nós, quanto poder público, temos que sempre acender esse alertar e mostrar que apesar de raras, as doenças ainda existem e que, portanto, é primordial vacinar. Assim como não deixamos de esclarecer sobre os prejuízos causados pelo novo Coronavírus, que ainda está em circulação e especialistas sinalizam uma nova onda da doença”, orientou Fernando Virgolino.

Ele complementa: “Tenho amor ao que faço, ao meu trabalho. É uma dedicação grande e diária, porque sei que trabalho com algo que pode salvar vidas e que, nestes dois últimos anos, foi essencial para cada um de nós. Infelizmente, muitas outras pessoas que aguardavam tanto por esse momento não tiveram a oportunidade de se vacinar. E infelizmente hoje, muitas outras pessoas recusam o imunizante que poderia ter salvado muitas outras vidas”.

Vacinas ofertadas no Brasil – As 18 vacinas ofertadas gratuitamente pelo SUS são: BCG, Hepatite B, Hepatite A, Pentavalente, DTP, VIP, VOP, Meningocócica C, Pneumocócica 10, Rotavírus, Tríplice viral, Febre Amarela e Varicela para as crianças. Já para os adolescentes são: dT, Hepatite B, Tríplice Viral, HPV e Meningocócica C; e para os adultos, dT, Hepatite B e Tríplice viral. Tem ainda as vacinas de campanhas, que previnem contra os tipos de Influenza e a mais recente, Covid-19.

É importante salientar que embora o maior número de vacinas esteja previsto para utilização na infância, existem algumas que devem ser tomadas na vida adulta, cuja indicação vai depender da história vacinal da pessoa, das doenças que teve, saúde e a situação epidemiológica local.

Na rede municipal de saúde de Boa Vista, as vacinas são disponíveis nas unidades básicas e postos de saúde, no horário de funcionamento de cada serviço.

Saiba quais vacinas fazem parte do calendário nacional:

  • BCG (Bacilo Calmette-Guerin) – previne as formas graves de tuberculose, principalmente miliar e meníngea;
  • Hepatite B;
  • Hepatite A;
  • Pentavalente – previne difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e meningite e infecções por HiB;
  • Vacina Inativada Poliomielite (VIP) – previne poliomielite ou paralisia infantil;
  • Vacina Oral Poliomielite (VOP)  – previne poliomielite ou paralisia infantil;
  • Pneumocócica 10 Valente  – previne pneumonia, otite, meningite e outras doenças causadas pelo Pneumococo;
  • dTpa (Tríplice bacteriana acelular do tipo adulto) – previne difteria, tétano e coqueluche;
  • DTP (Difteria, tétano e coqueluche)
  • Rotavírus – previne diarreia por rotavírus;
  • Meningocócica C – previne as meningites do soro tipo C;
  • Febre Amarela (dose única) – previne a febre amarela;
  • Tríplice viral – previne sarampo, caxumba e rubéola;
  • Pneumocócica 23 Valente – previne pneumonia, otite, meningite e outras doenças causadas pelo Pneumococo;
  • Influenza – previne contra a gripe e suas complicações;
  • Varicela atenuada – previne varicela/catapora;
  • HPV – previne o papiloma, vírus humano que causa câncer e verrugas genitais;
  • Dupla Adulto – previne difteria e tétano.

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