Campus da UERR em Boa Vista (Foto: Secom/ arquivo)

O governo de Roraima, Antonio Denarium (PSL), afastou o reitor Regys Odlare Lima de Freitas e o vice-reitor da Universidade Estadual de Roraima (UERR), Elemar Favreto, e nomeou a secretária de Educação, Leila Perussolo. A medida foi publicada na edição do Diário Oficial do Estado de quarta-feira (30).

Os servidores foram afastados por suspeita de fraudes no uso de recursos da instituição. Segundo investigações do governo de Roraima, a Secretaria de Fazenda identificou que não houve recolhimento de valores referentes ao imposto de renda referente ao ano de 2019.

No decreto 27.870-E, publicado no Diário Oficial, consta que o afastamento foi em razão da “malversação de dinheiro público e ainda, indícios de cometimento de crime contra a ordem tributária, indício de cometimento de apropriação indébita, indício de cometimento de improbidade administrativa e por fim indícios de inobservância dos regramentos impostos pelo Governo do Estado de Roraima na gestão financeira, patrimonial e de pessoal
da Instituição de Ensino Superior”.

A secretária de Educação, que é cunhada do governador Denarium, assumiu nesta quinta-feira (31) a função de Tutora Extraordinária da UERR. “A Tutela Extraordinária terá prazo de 90 (noventa) dias, podendo ser podendo ser prorrogada até a apuração e saneamento de todas as irregularidades no âmbito da Universidade Estadual de Roraima”, consta no decreto.

O outro lado*

O reitor afastado da UERR, Regys Freitas se posicionou por meio de nota. Leia na íntegra:

Mais uma vez a Universidade Estadual de Roraima experimenta um capítulo triste em sua história, em que as forças políticas, contrárias ao processo eleitoral e democrático na Instituição, tentam praticar a ingerência administrativa com uma única finalidade: a busca cega pelo poder.

Desde o início desse ano, tenho sido alvo todos os dias de diversas notícias falsas, que atribuem a mim desvios de condutas, que atacam diretamente a minha honra profissional, a da minha equipe e da nossa Instituição. E que foram intensificadas quando do início do Processo Eleitoral. Nos últimos 4 anos tenho administrado a UERR com toda a probidade e compromisso de alguém que pertence à carreira de docente efetivo e quer o crescimento e melhoria da Instituição.

Foram muitos avanços e muitas conquistas em que transformamos aquela Unidade em uma verdadeira Instituição de Ensino Superior: implantação do curso de Medicina, criação do campus de Excelência aplicada à Educação, reformas na estrutura e laboratórios, aumento das notas no ENADE de diversos cursos, bem como outras melhorias.

Mas para aqueles que desejam alcançar o posto de Reitor e Vice-Reitor a todo o custo, sem passar pelo crivo do voto, não só fazem com que se submetam a todo e qualquer tipo de apoio e acordo, mas sobretudo, permitem que todas as garantias institucionais que já alcançamos possam ser regredidas, negociadas e subvertidas, incluindo a nossa autonomia.

Intervenção politica há um dia do começo da campanha eleitoral, recheada de um espetáculo pitoresco, com uso de força policial, com utilização de fundamentos inidôneos e ilegais, não só representa o autoritarismo em face de uma Instituição que vive pela democracia e pela produção do conhecimento, representa o verdadeiro retrocesso do Estado Democrático de Direito contra quem cumpre, inclusive, mandato eleitoral. De maneira alguma aceitarei a pecha colocada sobre a minha administração e da minha equipe, e uma mentira contada várias vezes não se tornará uma verdade. Para tanto, serão buscados todos os meios legais para o restabelecimento da ordem e da legalidade.

*reportagem atualizada às 18h33. 

 

 

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