A prefeita de Boa Vista, Teresa Surita (MDB), dá de goleada em suas redes sociais, quando se trata de enaltecer-se, mas vem perdendo feio (muito feio) quando o caso significa lidar com a Justiça. As quatro últimas decisões judiciais, desde o início do ano, acabam por mostrar a verdadeira face de quem se esconde numa rede de proteção montada na internet e nos institucionais bem pagos com o dinheiro público.

No bom estilo Brás Cubas, de trás para frente, as duas últimas decisões, este mês, demonstraram como vem sendo conduzido o Município. Uma delas foi a condenação de Teresa com base na ação civil por ato de improbidade administrativa, movida pelo Ministério Público, por direcionamento de licitação que resultou na contratação de uma empresa que realiza pesquisas e diagnósticos, além de executar serviços de ação social.

Esse serviço prestado por uma empresa pernambucana tornou-se um dos braços que faz a prefeita ter as famílias boa-vistenses mais pobres e fragilizadas em suas mãos. Neste processo, Teresa foi condenada à perda da função pública e à suspensão dos direitos políticos por cinco anos, por ato de improbidade administrativa. Ainda cabe recurso desta decisão.

A outra decisão, na semana passada, condena a prefeita a ressarcir os cofres públicos novamente por improbidade administrativa, desta vez por utilização de verbas públicas em campanha publicitária para promoção pessoal. Ficou bem claro que Teresa gasta dinheiro público (mais precisamente R$ 2 milhões por um ano e meio) para “fortalecer sua imagem, dando visibilidade nacional à administração, favorecendo a sua expansão política” e “consolidar imagem positiva dentro de processo de fortalecimento de candidatura para as próximas eleições”.

As outras duas condenações também dizem muito. Uma delas determina que Teresa estruture o Centro de Zoonoses, tomando decisões para que não voltasse a ocorrer o extermínio de cachorros sem que eles passassem por avaliação e recebessem cuidados dignos. Depois disso, ela tentou reverter a imagem negativa de exterminadora de cães, tentando lançar a campanha “Iti Malia”, a qual não emplacou.

A outra decisão judicial também fala por si. Agin com a falta de transparência na execução de obras e pagamentos de empreiteiras, ela negou informações ao vereador Linoberg Almeira (REDE) sobre as obras e o projeto de mobilidade urbana, que movimentou uma bolada de dinheiro público no valor de R$65 milhões. O parlamentar foi à Justiça, que determinou a prefeita repassar as informações, ato que ela vem protelando para dificultar a fiscalização.

Como é possível notar, as decisões judiciais revelam a verdadeira face da prefeita: processos licitatórios mais que suspeitíssimos, contratos de empresas para mapear a pobre e enaltecer sua imagem a fim de favorecê-la eleitoralmente, falta de transparência na aplicação de recursos milionários e maus-tratos a animais em um setor abandonado por fala de investimento e apoio, comprovando a ocultação daquilo que os olhos do público não alcançam. É preciso dizer mais? Sim, é necessário. Cenas do próximo capítulo.

*Colunista, idealizador do site www.roraimadefato.com.br

 

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